Movimento iniciado por entidades médicas e de defesa do consumidor quer proibição da venda direta ao consumidor do produto que coloca milhares de vidas em risco O Ministério da Saúde vai reforçar a Frente Nacional de Combate aos Acidentes com Álcool. A partir de agora, une-se à Associação Médica Brasileira, à Associação Paulista de Medicina, à ONG CRIANÇA SEGURA, à PRO-TESTE e à Sociedade Brasileira de Queimadura no movimento que trabalha há mais de um ano em uma campanha permanente para conscientizar os brasileiros para os riscos desse produto no uso doméstico. O álcool é freqüentemente utilizado no Brasil para limpeza ou atividades como acendimento de churrasqueiras. Porém, é de extrema urgência que a sociedade e as autoridades se atentem para os perigos a que expomos nossas famílias ao fazer uso do álcool. Anualmente, milhares de pessoas – entre elas crianças – tornam-se vítimas de queimaduras em acidentes que podem levar a morte ou comprometer a integridade física e psicológica. No Brasil, aliás, a queimadura é a primeira causa de seqüelas de crianças e adolescentes até 14 anos.
Teste – A PRO TESTE comprovou o perigo do uso do álcool usado na limpeza doméstica. Pode se incendiar facilmente, na versão líquida ou gel, um grande risco, sobretudo para as crianças, as maiores vítimas de queimaduras. Devido à baixa temperatura a partir da qual todas as marcas testadas podem pegar fogo, nenhum produto passou de “aceitável” na avaliação final. Nem mesmo a versão em gel, desenvolvida para reduzir o perigo de o álcool causar incêndios, provou ser segura para o uso doméstico, pois a temperatura em que pega fogo é igual à do líquido de mesmo grau alcoólico.
Atendimento – O Estado e a cidade de São Paulo, assim como o restante do Brasil, não têm informações confiáveis sobre as tragédias provocadas na vida de milhares de pessoas pelo uso do álcool para fins domésticos nem dos gastos que o produto acarreta ao sistema público e privado de saúde, ou das despesas que gera para a previdência. No maior estado da Federação, poucos são os hospitais que têm um serviço bem estruturado para atender a esses pacientes. Sabe-se, contudo, que os números de acidentes tiveram redução de até 60% em 2002, no período em que vigorou resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibindo a venda do álcool líquido de gradação 92,8. O problema é que uma liminar dos fabricantes colocou o produto novamente no comércio e os acidentes voltaram a acontecer.
Cartilha – Frente Nacional de Combate aos Acidentes com Álcool elaborou uma cartilha para elucidar os cidadãos sobre os perigos da utilização do álcool e com formas de substituí-lo no dia a dia. Ela está disponível nos sites das entidades, entre eles, no www.amb.org.br
Abaixo-assinado – Um abaixo-assinado eletrônico pela proibição da venda de álcool para uso doméstico está no site www.apm.org.br Fonte: Acontece Comunicação e Notícias