Brasília – No ano passado, a epidemia de Aids matou mais de 8 mil pessoas por dia, num total de 3 milhões de vítimas em todo o mundo. Hoje, estima-se 39 milhões de pessoas estejam infectadas com o vírus HIV, sendo que 25 milhões vivem na África Subsaariana. De acordo com o relatório sobre a implantação das Metas do Milênio, divulgado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas, seriam necessários US$ 10 bilhões por ano para se enfrentar a doença. Mas estima-se que apenas US$ 4,7 bilhões tenham sido gastos em 2003. O relatório que propõe ações práticas para que os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ou as Metas do Milênio, sejam atingidas dentro do prazo, 2015. O combate à Aids faz parte do 6º objetivo em que os países se comprometem em deter, até 2015, a incidência mundial da Aids, da malária e de outras doenças importantes. O relatório afirma que os programas de prevenção e tratamento são eficazes, mas atendem apenas a 8% dos doentes. Por isso, recomenda que os “serviços de prevenção e tratamento devem ser a mais alta prioridade em países onde a epidemia é concentrada em populações vulneráveis” ao mesmo tempo em que é necessário garantir acesso igualitário das pessoas ao tratamento. O coordenador das Nações Unidas no Brasil, Carlos Lopes, disse que o Brasil está avançado no combate à Aids, sendo líder mundial nessa área. Mas precisa avançar em doenças já superadas em países ricos. “A hanseníase, por exemplo, continua ser uma zona problemática”, afirmou. A tuberculose e a malária são outras doenças que têm destaque no relatório. Por ano, cerca de 2 milhões de pessoas morrem de tuberculose e mais de um milhão de crianças, de malária. Em apíses onde a malária é endêmica, a doença atinge de 300 a 500 milhões de pessoas anualmente. Além das sugestões básicas como o aumento do compromisso político em investir no combate a essas doenças e garantir o acesso universal aos programas de prevenção e tratamento, o relatório apresenta sugestões práticas chamadas de “ações de impacto rápido”. Uma delas é a distribuição de mosquiteiros tratados com inseticida de longa duração para todas as crianças que vivem em zonas de risco. Eliminar as taxas cobradas dos usuários de serviços básicos de saúde, garantir o combate anual aos parasitas de todas as crianças e usar energia solar em hospitais também são recomendações do relatório. Fonte: Agência Brasil – Radiobrás
Metas do Milênio: mundo gasta menos da metade do que seria necessário no combate à Aids
18/01/2005 | 02:00