Kátia Guimarães e Rosylane Rocha apresentaram casos de assédio moral contra residentes e estudantesA alta carga de trabalho, o excesso de cobranças externas e internas e a dificuldade para se estabelecer profissionalmente têm provocado o adoecimento do médico jovem, gerando, principalmente, quadros de depressão. Essa foi a conclusão da mesa redonda “A saúde do médico e suas relações profissionais”, realizada na manhã do dia 26 de julho, como atividade do 3º Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem – construindo o futuro da medicina brasileira, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), na capital paulista, nos dias 25 e 27 de julho.

O primeiro palestrante da mesa redonda foi o conselheiro federal e psiquiatra Leonardo Sérvio Luz (acesse a apresentação aqui), que também é professor da faculdade de medicina da Universidade Federal do Piauí (UFPI). “Somos obsessivos, ansiosos e workaholiks, o que traz dependência e pessimismo, além de afetar nossos relacionamentos afetivos”, diagnosticou Sérvio Luz, que está realizando uma pesquisa sobre a saúde do médico. Entre os médicos jovens, o nível de estresse é maior, “já que têm de administrar o início da carreira e todas as pressões internas e externas”.

Em seguida, o também psiquiatra Arthur Danila falou sobre a saúde do médico jovem. “Há uma ideação para o suicídio em 11% dos estudantes de medicina e pelo menos 28% dos residentes em R1 sofrem de depressão”, quantificou. Para Danila, é preciso que as pessoas comecem a falar da depressão, que é responsável por mais anos de trabalho perdidos do que qualquer outra incapacidade laboral. “Se desconfiarmos que alguém da nossa proximidade está com problemas, temos de perguntar se está tudo bem. Nunca é demais perguntar”, sugeriu. Acesse a apresentação aqui.

“Adoecimento médico e trabalho” foi o tema da palestra da conselheira federal Rosylane Mercês Rocha, que discorreu sobre as condições estressantes a que são submetidos os médicos. “As cobranças começam antes de entrarmos na faculdade e seguem por toda a vida, principalmente para as mulheres”, contou. Rosylane criticou, ainda, a metodologia usada por professores que cometem assédio moral contra estudantes e residentes. Ela contou que durante a residência em cirurgia geral, impedia que ela realizasse as cirurgias e dizia que ela deveria se considerar feliz por ter sido aceita no programa. Acesse a apresentação aqui.

O assédio moral na medicina foi o tema da palestra dada pelo coordenador de Delegacias Metropolitanas do Cremesp e membro da Comissão de Integração do Médico Jovem do CFM, Nivio Lemos Moreira Jr, que falou sobre o ciclo de violência que se cria nos ambientes profissionais. “Por muito tempo isso foi tratado como algo normal, o que não pode acontecer, já que tem um alto impacto tanto na profissão quanto no atendimento médico”, afirmou. Acesse a apresentação aqui.

Em seguida, a conselheira do Cremesp e psiquiatra do Núcleo de Apoio ao Discente da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), Katia Burle dos Santos Guimarães, falou sobre a “Violência na formação médica e os núcleos de apoio”. “O médico se forma pelo modelo. Será a postura do docente que vai definir como este futuro profissional vai agir”, argumentou. Katia Guimarães expôs o problema da violência na formação médica e a importância dos núcleos de apoio nas universidades. Ela pontuou os trotes e jogos universitários como ambientes que, em muitos casos, propiciam situações de violência. “Só uma reflexão continuada sobre essa situação fará com que haja uma mudança e, assim, resgatemos a ética profissional na formação dos médicos jovens”, concluiu. Acesse a apresentação aqui.

Durante o fórum, o Cremesp lançou a Cartilha do Médico Jovem –capítulo sobre Assédio Moral – produzida pela Câmara Técnica do Médico Jovem do Conselho e pela Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp). O objetivo da publicação é evidenciar a importância do tema e propor debates. A cartilha pode ser acessada aqui.

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