Os cerca de 1,2 milhão de usuários de planos de saúde em Santa Catarina poderão ter que pagar pela consulta médica e depois buscar seu ressarcimento junto à seguradora. Esta atitude poderá ser tomada pela classe médica, se até a assembléia geral marcada para a noite de amanhã, na sede da Associação Catarinense de Medicina, as operadoras de planos de saúde não apresentarem uma proposta satisfatória à categoria. A assembléia vai definir os rumos do movimento, iniciado há mais de um ano, e que tem por objetivo a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) em todo o Brasil. A classificação traz reajustes nos valores recebidos pelos médicos e, também, prevê a cobertura pelos planos de saúde de cerca de 800 novos procedimentos médicos que hoje precisam ser pagos pelo paciente. “A tabela atual foi feita em 1992 e, além da defasagem nos valores repassados aos médicos, também não prevê uma infinidade de procedimentos médicos que nem existiam naquela época. Nossa luta não é só por uma remuneração justa aos profissionais, mas também para que o usuário dos planos de saúde tenha o direito de fazer todos os seus exames pelo convênio”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Médicos, César Ferraresi. Negociações completaram um ano sem acordos em julho No mês de julho, a CBHPM completou um ano desde o seu lançamento nacional. Durante este tempo, segundo Farraresi, várias tentativas de negociação foram feitas junto às operadoras, até o momento sem uma resposta concreta. A Unimed, até pelo fato de ter uma configuração de cooperativa médica, foi, até agora, uma das poucas entidades que se comprometeu a utilizar a nova classificação. “É grave o momento vivido pelos médicos que prestam serviços à saúde suplementar, há quase uma década sem qualquer reajuste em sua remuneração pelos planos de saúde”, argumentou o dirigente. A classificação define o valor dos honorários dos médicos em todo o Brasil e é referendada pela Resolução do Conselho Federal de Medicina, que a reconhece como padrão ético de remuneração. Existem hoje cerca de 35 milhões de usuários de planos de saúde no país. Fonte: Jornal de Santa Catarina do dia 27/09/2004
Médicos podem cobrar consultas de segurados
28/09/2004 | 03:00