Os médicos legistas que atuam em Caruaru entraram em acordo, ontem, com o Governo e suspenderam a paralisação prevista para acontecer durante o Carnaval. A reunião foi intermediada pela promotora de Caruaru, Gilka Maria de Almeida, que assumiu a responsabilidade de fazer, na próxima semana, um termo de compromisso entre Secretaria de Defesa Social (SDS) e legistas cobrando prazos para a execução de melhorias reivindicadas pela categoria. O secretário de Defesa Social, João Braga, garantiu na reunião que, em 60 dias, deverá inaugurar as novas dependências do Instituto de Medicina Legal do Recife (IML) e, em um ano, estará retirando o setor de necropsia do Hospital Regional do Agreste. “As necropsias são feitas bem perto do setor de pediatria. Lá não há material adequado para abrir os corpos. São usadas facas peixeiras e martelos. Também não há água canalizada na mesa e há alagamentos durante a necropsia”, criticou Ricardo Paiva, presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremepe). Segundo as denúncias, olocal não tem iluminação e ventilação adequadas e há uma comunicação com a parte externa do hospital onde curiosos observam os exames. O secretário disse, ainda, que fará melhorias nas instalações do alojamento dos médicos em no máximo trinta dias. “O local cheira a mofo, não tem água para tomar banho e os colchões não têm qualidade”, criticou Railton Bezerra, presidente da Associação Pernambucana dos Médicos Legistas. MELHORIAS – Braga prometeu colocar os legistas em hotéis nos dias de plantão até que as melhorias sejam feitas no alojamento, que é dividido com o setor de exames sexológicos, de corpo de delito, com a delegacia e com o Instituto de Criminalística. O local fica a sete quilômetros da necropsia e por conta disso também ficou acertado que a SDS vai dispor um carro para locomoção dos profissionais. Railton calcula que são feitas, por ano, cerca de mil necropsias no Hospital. Já os exames sexológicos e de corpo de delito são 2.500 no período. O HGA atende a população de 34 municípios do Agreste e Sertão. Hoje são 15 profissionais lotados no Agreste. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com informações do Diário de Pernambuco.
Médicos legistas desistem de paralisação
20/02/2004 | 03:00