O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) realizou nesta sexta-feira (23) em sua sede, no Espinheiro, uma entrevista coletiva onde divulgou que vai instaurar uma sindicância para apurar o porquê da demora da Secretaria Estadual de Saúde em assinar um convênio com o Ministério da Saúde para adesão à gestão plena dos recursos para a área. Para o presidente do Cremepe, Ricardo Paiva, a adesão à gestão plena traria recursos adicionais para Pernambuco, ajudando o Estado a combater a crise nos hospitais públicos. “Desde a entrevista que concedemos há exatos 15 dias não vimos nenhuma providência ser tomada pelo secretário de Saúde. Por isso, instauramos essa sindicância que vai apurar indícios de infração ética e pode, dependendo dos resultados, implicar em um processo contra o secretário Guilherme Robalinho”, declarou Paiva. Segundo o presidente da Associação dos Funcionários do Hospital Osvaldo Cruz, Flávio Bastos, a situação hoje no Osvaldo Cruz está pior do que quando a crise estourou. “É uma pena nós não podermos fazer nada quando chega um paciente precisando de curativos simples”. Por conta do alto índice de desabastecimento em vários hospitais públicos, muitos médicos estão se demitindo dos seus cargos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, André Longo, “os profissionais estão deixando de fazer o que aprenderam porque estão trabalhando no limite e muitos já estão entrando em depressão”, lamentou Longo. No final da reunião, os representantes das entidades programaram a realização de um ato público para a próxima quarta-feira (28) na praça Osvaldo Cruz. O objetivo do ato é protestar contra a demora na resolução dos problemas nos hospitais públicos. Também participaram da entrevista representantes da Sociedade de Medicina, Associação Pernambucana de Médicos Residentes, Aduseps, diretores e funcionários do Hospital Oswaldo Cruz, além de estudantes de medicina. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.