Cremers, Simers e Amrigs realizaram ato público em frente ao Hospital Beneficência Portuguesa nesta quarta-feira, dia 21, em protesto contra as operadoras que se recusam a negociar reajustes de honorários e insistem em interferir na autonomia dos profissionais. O ato integra o movimento nacional organizado pelas entidades médicas e é um desdobramento da manifestação realizada em todo o País no dia 7 de abril.
– O protesto é contra operadoras de planos de saúde que mantêm postura abusiva e antiética na relação com os profissionais -, afirma o presidente do Cremers, Fernando Matos.
Durante todo o dia foram suspensos o atendimento a essas empresas em consultórios, ambulatórios e hospitais como forma de chamar a atenção da sociedade para os prejuízos causados ao exercício da boa Medicina e à qualidade da assistência oferecida aos pacientes. Unimed e Ipergs não foram atingidos pela medida.
Desde o movimento do dia 7 de abril, quando ocorreu a primeira paralisação nacional dos planos de saúde, as comissões estaduais de honorários chamaram as operadoras para negociar, sendo que algumas acolheram a pauta dos médicos, dando resposta positiva aos pleitos apresentados. No entanto, há uma parcela de empresas que não se manifestaram, evitaram o diálogo ou apresentaram propostas totalmente insatisfatórias.
As reivindicações nacionais dos médicos são: o reajuste imediato da tabela de honorários tendo como referência a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM); o estabelecimento de critérios e de periodicidade anual de reajuste; e o fim das interferências antiéticas na autonomia do médico. As consultas médicas deveriam custar R$ 80,00, de acordo com a CBHPM, mas a média paga pelas seguradoras é de R$ 40,00.
– Nos últimos dez anos, os planos de saúde reajustaram seus valores em torno de 150%, mas repassaram aos médicos apenas 50% nesse período. Há uma defasagem muito grande. É importante que o usuário saiba disso -, salienta o vice-presidente Isaias Levy, que representa o Cremers na Comissão Estadual de Honorários Médicos, organizadora da manifestação. Para o dirigente do Cremers, “a saúde suplementar está se transformando num SUS privado, de alto custo para o usuário, mas com problemas semelhantes ao que se vê no SUS”.
O ato público contou ainda com as presenças do presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, e do diretor da Amrigs, Bernardo Aguiar.
Fonte: Cremers