Cerca de 250 médicos servidores da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) se reuniram, na quart-feira (26/09), na sede do Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec) e reafirmaram uma greve geral da categoria, por tempo indeterminado, para iniciar no dia 2 de outubro. A assembléia também serviu para uma avaliação do dia de paralisação das atividades, que aconteceu ontem em toda a rede municipal de saúde, e para analisar a nova contraproposta da Prefeitura em relação à implantação do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) da classe médica. Com a presença do secretário de Saúde do Município, Odorico Monteiro, os médicos comemoraram o sucesso da paralisação, onde apenas os procedimentos de urgência e emergência foram realizados. Os atendimentos normais do Instituto Doutor José Frota (IJF), dos Frotinhas, Gonzaguinhas, postos de saúde e Programa Saúde da Família (PSF) não funcionaram, mas, segundo os médicos presentes à assembléia, nenhum paciente com risco de vida deixou de ser atendido. Eles salientaram que a população entendeu e aceitou a posição da categoria sem haver atritos. Novo plano Quanto à contraproposta apresentada pela Prefeitura e rejeitada por unanimidade pelos médicos, o secretário Odorico Monteiro afirmou que houve um grande esforço da Secretaria de Saúde e da Prefeitura para a elaboração do novo plano. “Trabalhamos sexta-feira, sábado e domingo (21, 22 e 23 de setembro) no gabinete da prefeita para chegar à uma proposta que fosse viável para a categoria e para o orçamento do município”, explicou o secretário. Em alguns momentos da assembléia, o representante da Secretaria de Saúde foi vaiado pelos médicos que ouviam indignados suas explicações. A proposta apresentada ontem por Odorico atendia, em parte, às exigências feitas pela classe desde o início das negociações, há três meses. “Nosso plano traz uma preocupação com o vencimento base de R$ 1.700,00 (metade do piso salarial praticado pela Federação Nacional dos Médicos – Fenam) e mantém as gratificações”, explicou o secretário. Porém, a exigência dos médicos é de uma equiparação gradativa do piso salarial na Prefeitura, de R$ 726,00, com o valor do piso da Fenam, R$ 3.400,00, sem que haja diminuição das gratificações, o que acontece na proposta da prefeitura. A categoria exige um aumento imediato para R$ 1.700,00 e aceita que o restante seja implantado num prazo de quatro a cinco anos. O vereador José Maria Pontes, presente à assembléia, expôs uma opção de plano salarial onde as gratificações teriam valores de referência atrelados ao piso da categoria, que partiria de R$ 1.700,00 e aumentaria 20% ao ano, até 2012, onde o piso já seria de R$ 3.400,00 (com as devidas correções do decorrer dos anos). Após serem discutidas quatro propostas, o plano elaborado pelo vereador foi aceito pela maioria dos presentes. Eles votaram, ainda, pela confirmação da greve no próximo dia 2, antecedida de uma nova assembléia na noite do dia 1º. * Com informações do Diário do Nordeste
Médicos do Município confirmam greve dia 2
28/09/2007 | 03:00