Em assembléia realizada nesta quinta-feira (09/09), em São Paulo, os médicos decidiram, por unanimidade, manter o atendimento somente pelo sistema de reembolso – cobrando os valores da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) – os usuários das seguradoras Bradesco, Porto Seguro, Marítima, AGF, Unibanco AIG e Notre Dame. A maior parte dos 500 médicos presentes à assembléia decidiu por uma trégua à seguradora Sul América, única a encaminhar uma proposta concreta de negociação à Comissão Estadual de Honorários Médicos. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Clóvis Constantino, a carta da empresa, recebida esta semana, cita a incorporação dos novos procedimentos e da hierarquização da CBHPM, a valorização dos honorários médicos e o compromisso de revisão dos valores em julho de 2005, com discussões prévias. Outra proposta aprovada por unanimidade foi o envio de nova correspondência às empresas de medicina de grupo Intermédica, Medial, Amico, Samcil, Interclínicas, Amesp, Blue Life e Avicena informando que, se não houver propostas de implantação da CBHPM, os médicos suspenderão o atendimento. Conforme decisão da assembléia anterior, todas as empresas de medicina de grupo têm prazo até 17 de setembro para se manifestar. Os critérios para a escolha desses oito planos foram valor da consulta abaixo de R$ 20,00 e número de usuários superior a 150 mil, à semelhança dos movimentos do ABC e de Guarulhos. Tanto o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), José Erivalder Guimarães, como o da Federação dos Médicos do Estado de São Paulo (Femesp), Marcelo Quinto, destacaram o avanço progressivo da adesão ao movimento e a mobilização em todo o Estado de São Paulo. O presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), José Luiz Gomes do Amaral, enfatizou a importância de os médicos se manifestarem junto aos deputados federais para a aprovação do Projeto de Lei 3466/04, que referencia a CBHPM como padrão mínimo de remuneração em nível nacional. Durante as discussões da plenária, o presidente do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (Caoc), da Faculdade de Medicina da USP, Rafael Casali Ribeiro, reafirmou o apoio dos estudantes ao movimento e incentivou os profissionais a permanecerem mobilizados. “Nós, alunos, não podemos restringir o atendimento para pressionar as operadoras, mas faremos a nossa parte lutando pela aprovação deste Projeto de Lei”, garantiu Rafael. Uma nova assembléia dos médicos da capital está prevista para o dia 21 de outubro, às 20h, provavelmente no Hotel Renaissance. Fonte: AMB
Médicos de São Paulo pressionarão empresas de medicina de grupo
10/09/2004 | 03:00