Em assembléia realizada na noite desta quinta-feira, 3 de junho de 2004, no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, os médicos da Capital deram início a um amplo processo de mobilização pela valorização do trabalho dos profissionais de Medicina. Entre as principais resoluções, destaca-se o envio de cartas a todos os convênios numa nova tentativa de implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Também foi definido que uma assembléia preparatória, na segunda quinzena deste mês, iniciará os debates do encaminhamento de uma eventual suspensão do atendimento aos planos de saúde na cidade, caso as negociações não sejam bem sucedidas. Uma assembléia decisiva foi marcada para 1º de julho, o que não significa necessariamente que uma decisão pela suspensão não venha ocorrer antes desta data. O movimento de São Paulo amplia uma ação nacional dos médicos, que, atualmente, já alcança 14 estados brasileiros com suspensão de atendimento em diversos níveis. Em todos esses casos, o direito de assistência ao usuário está garantido, pois os médicos fornecem recibo para posterior ressarcimento do valor das consultas e demais procedimentos junto aos planos. Há cerca de dez anos os médicos não recebem quaisquer reajustes das empresas intermediadoras de saúde, que, por sua vez, seguem impingindo pesados aumentos para os pacientes. Só nos últimos sete anos, os planos subiram 248%, isso sem contar a recente majoração de 11,75% autorizada pela ANS. O Índice do Custo de Vida (IVC), no mesmo período, foi de 72,63%, segundo o DIEESE. A luta pela implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos tem dois focos. Além da valorização do profissional de Medicina, a CBHPM possibilitará que os usuários tenham acesso aos benefícios do avanço científico. O Conselho Regional de Medicina (CRM), a Associação Paulista de Medicina, os Sindicatos dos Médicos de São Paulo, a Academia de Medicina de S. Paulo são favoráveis à implantação da CBHPM e contam com a compreensão das operadoras de planos de saúde, dos órgãos de Defesa do Consumidor, do Ministério Público e dos pacientes. Assessoria de Imprensa do Cremesp
Médicos de São Paulo discutem suspensão de atendimento aos planos em 1º de julho
08/06/2004 | 03:00