Os médicos de Pernambuco declararam guerra a dois planos de saúde. Numa assembléia realizada ontem à noite, no Recife, eles decidiram que, se as operadoras dos planos não quiserem negociar os honorários com os médicos dentro de 30 dias (a contar de 20 de outubro), eles só vão atender aos pacientes da Admed e Sul América por meio de reembolso. Na prática, isso quer dizer que só será atendido o paciente que pagar um valor médio de R$ 50 na hora da consulta. O reembolso permite que ele vá brigar junto ao plano para receber o dinheiro de volta. Mais de 300 médicos participaram da assembléia e criticaram a posição das operadoras, seguradores e planos de saúde que não vêm negociando. Estiveram presentes representantes das entidades que compõem o Movimento pela Dignidade Médica – que inclui Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos, Sociedade de Medicina de Pernambuco e Federação das Cooperativas de Especialidades Médicas. “Estamos desde de 1992 sem reajuste. Os planos aumentam os valores de suas mensalidades, mas continuam pagando o mesmo valor aos médicos há mais de dez anos”, desabafou o presidente do Sindicato dos Médicos, André Longo. De acordo com ele, os médicos recebem um valor médio de R$ 25 por consulta dos planos (incluída a volta do paciente em até 15 dias). A categoria quer um aumento para R$ 50. André Longo explicou que os associados da Sul América, por exemplo, vão ter de pagar um valor médio de R$ 50 na hora da consulta e tentar o reembolso junto ao plano. “A Sul América, por exemplo, é uma seguradora e o paciente tem isso garantido por lei. No caso da Admed, por ser apenas uma operadora, os pacientes vão ter brigar para receber o valor pago. Mas, queremos deixar claro que os casos de emergência e que ofereçam riscos para os pacientes serão atendidos de qualquer forma”, esclareceu. André Longo explicou que, inicialmente serão esses dois planos, mas que a medida pode ser expandida a outros planos. O sindicalista disse que os médicos vão passar o mês comunicando a medida aos pacientes e às operadoras. Os médicos também vão definir os detalhes da implantação da Classificação Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Com informações do JC On Line