Seis dos nove oftamologistas cubanos que tentaram revalidar seus diplomas no Uruguai foram reprovados pela Cátedra de Oftalmologia da Escola de Graduados da Faculdade de Medicina, responsável por realizar o exame para revalidação de diplomas no país vizinho. A escola ainda não divulgou as notas dos outros três, porém todos os que tiveram seus resultados divulgados não passaram no teste. As informações foram divulgadas no dia seis de dezembro pelo jornal El País. A matéria pode ser lida aqui.
Esses profissionais estavam lotados no Hospital de Olhos de Montevidéu dentro do programa “Operação Milagro”, que realiza cirurgias de catarata. Assim como no programa Mais Médicos, esses cubanos atuavam no país por cerca de dois anos, só podendo trabalhar no Hospital de Olhos. Como no Brasil, haviam sido autorizados a atender sem a convalidação de seus títulos. Também não precisavam revalidar seus diplomas.
De acordo com ex-funcionários do Hospital de Olhos ouvidos pelo jornal El País, a formação desses profissionais era muito diferente daquela oferecida aos médicos uruguaios. Enquanto estes têm uma formação mais ampla, os cubanos demonstraram terem sido treinados para uma técnica específica, desconhecendo, inclusive, outras enfermidades do sistema oftalmológico. Eram chamados de “catarólogos”.
Havia, por exemplo, casos de cirurgiões com 24 anos de idade. No Brasil, mesmo que o estudante tenha entrado muito novo na faculdade, nesta idade estará terminando o curso de medicina, tendo de fazer ainda dois anos de residência em clínica médica e outros dois em oftalmologia. Para o Coordenador do Departamento de Relações Internacionais do CFM, Jeancarlo Cavalcante, o médico deve receber uma formação integral. “Uma boa formação médica deve permitir que o profissional possua uma visão ampla das condições clínicas do paciente. Por essa razão, os cubanos não conseguiram revalidar seus diplomas no Uruguai” avalia o conselheiro do CFM.
Na percepção do conselheiro do CFM, os resultados das provas aplicadas pela Cátedra de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do Uruguai demonstram a necessidade de aplicação do Revalida para quem for exercer a medicina no Brasil. “Não podemos aceitar médicos, sejam estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, que não passem pelo crivo do Revalida, sob pena de estarmos oferecendo à população uma medicina de baixíssima qualidade”, alerta Jeancarlo Cavalcante.