Em reunião com Cid Gomes, representantes da categoria reclamam da falta de estímulo para profissionais Representantes de entidades médicas cearenses tiveram uma reunião, ontem à tarde, com o governador do Estado, Cid Gomes. A audiência foi concedida no Palácio Iracema, mas não foi permitido o acesso à imprensa. Entidades como o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec), o Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec) e a Associação dos Médicos Cearenses (AMC) foram discutir com o governo a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários para a categoria. Os médicos reclamam que os valores atuais pagos desestimulam o profissional a permanecer na rede estadual de saúde. Isso faz com que muitos profissionais migrem para áreas mais rentáveis, fragilizando ainda mais o atendimento em saúde ofertado pelo Estado. Atualmente, um médico que acaba de entrar no serviço público estadual recebe um salário base de R$ 640. Valor muito abaixo do que é recomendado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que recomenda o valor de R$ 7.503,18. A categoria reivindica um salário base de 3.751, 59 (que corresponde a metade da remuneração recomendada pela Fenam) e a incorporação de todas as gratificações aos proventos quando o médico deixar o serviço para se aposentar. Após duas horas de reunião, o presidente do Simec, Tarcísio Dias, disse que o governador pediu um prazo de uma semana para analisar a questão e marcou uma nova audiência para o próximo dia 6 (quarta-feira). ”O governador se mostrou receptivo às nossas reivindicações, disse que quer resolver o problema”, informa. Após o encontro da próxima semana, a categoria pretende se reunir em uma assembléia para discutir a proposta do Estado. Outro ponto de destaque será debater a possibilidade de um indicativo de paralisação, caso as negociações com o governo não avancem. Para o presidente do Cremec, Ivan Moura Fé, a situação atual da categoria pode afetar seriamente o atendimento na rede estadual. ”Metade dos médicos que passaram no último concurso público do Estado ou não assumiram ou já se desligaram por conta do baixo salário. É preciso que o profissional se sinta motivado para trabalhar, porque a população acaba sendo prejudicada com a falta desses profissionais”, ressalta. Fonte: Diário do Nordeste, publicado em 31/07/2008