Médicos pernambucanos de várias especialidades estão ameaçando promover um descredenciamento coletivo da operadora de plano de saúde Golden Cross, que conseguiu liminar na Justiça para não ser obrigada a implantar a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). A medida, tomada pela Justiça Federal em Brasília, poderia beneficiar outras seguradoras e empresas de medicina de grupo. Isso, na prática, derrubaria o principal pleito da categoria, o reajuste da tabela de honorários. Reunidos ontem em assembléia na sede do Sebrae, na Ilha do Retiro, os médicos decidiram enviar à Golden Cross uma carta indagando se a empresa vai implantar o CBHPM e dando um prazo do 48 horas para a resposta. A depender dessa resposta, o descredenciamento de cooperativas, pessoas físicas e jurídicas seria anunciado. Uma nova assembléia foi marcada para a próxima quinta-feira. O movimento médico está confiante na lei estadual que disciplina a relação entre médicos e operadoras para anular os efeitos da liminar conseguida pela Golden Cross, que derruba a resolução do Conselho Federal de Medicina que estabelecia a adoção da CBHPM e de preços mínimos. “A gente vê a liminar com tranqüilidade. A lei estadual garante a validade do movimento”, diz o presidente do Cremepe, Ricardo Paiva. “A decisão da liminar é muito séria, a Fenaseg ainda está estudando o assunto”, afirmou o diretor da Fenaseg, Otelo Côrrea. “Certo mesmo é que vamos entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei estadual”, reafirmou Corrêa, que promete a ação desde que a lei foi aprovada, em abril. QUEDA – A briga dos médicos com os planos de saúde tem causado prejuízo às empresas corretoras de assistência médica. Segundo o presidente da Associação de Empresas de Venda de Assistência Médica, Geraldo Costa, a comercialização de planos e seguros saúde, após a deflagração do movimento dos médicos, vem apresentando queda. E em abril, a retração registrada foi de 50%. A situação também está levando usuários a se descredenciarem dos planos. No mês passado, o Plano Ideal Saúde, por exemplo, realizou 1.500 novas adesões e teve 3.000 usuários que solicitaram o descredenciamento. O diretor do Ideal Saúde, Eulerson Botelho, diz que o fato é preocupante, e é necessário um entendimento entre médicos e seguradoras. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com Informações do Jornal do Commercio.
Médico reage à Golden Cross e ameaça se descredenciar
14/05/2004 | 03:00