Brasília – O ginecologista José Domingues, do Adolecentro (Centro de Referência, Pesquisa, Capacitação e Atenção Integral ao Adolescente), atende crianças e adolescentes de 10 a 18 anos no Distrito Federal. Na avaliação dele, ainda é preciso melhorar a distribuição de métodos contraceptivos no país. “Hoje sabemos da dificuldade que se tem para ter acesso aos métodos”, lembra. “As pessoas têm problemas em ter acesso público e gratuito.” O médico defende as chamadas pílulas do seguinte, uma das que passarão a ser distribuídas pelo Ministério da Saúde de acordo com a nova política de Planejamento Familiar lançada hoje (22). “Pílulas do dia seguinte são fundamentais”, ressalta. “Não queremos que uma mulher use essa pílula como método anticoncepcional, queremos que ela saiba que existe e que tem a possibilidade de usá-la em uma ocasião de emergência”, reforça. Experiente no atendimento de crianças e adolescentes, José Domingues diz que cada vez mais atende casos de gravidez em meninas de até 15 anos. “Isso tem aumentado progressivamente ao longo dos anos no Brasil”, relata. O médico acredita que começar a discutir educação sexual com crianças de 10 anos de idade é uma atitude moderna e madura. “O fato de se discutir cada vez mais cedo não quer dizer que se esteja incentivando”, pondera. “Quanto mais a gente avisa dos perigos e conversa, mais as crianças vão se proteger contra abusos no exercício da sua sexualidade.” Fonte: Agência Brasil – Radiobrás
Médico de Brasília defende “acesso público e gratuito” a métodos contraceptivos
22/03/2005 | 03:00