O novo presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) é o professor Mauro Salles, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, que tem como uma das bandeiras de gestão um ambicioso programa de Educação Continuada voltado para os especialistas e também para os clínicos e médicos de outras especialidades e àqueles que tenham interesse em tornarem-se sócios da SPI. Ele tomou posse em evento realizado no dia 5 de fevereiro e sua gestão é para o biênio 2013/2014.
“A carência de infectologistas, que faltam em muitos municípios do Interior, torna necessária que os demais médicos e em especial os clínicos gerais tenham conhecimentos básicos sobre Infectologia”, explica Mauro Salles.
Para implementar o projeto o novo presidente da SPI vai criar o site www.infectologiapaulista.org.br e dividiu o Estado de São Paulo em cinco macrorregiões. Nessas, os subcoordenadores do Comitê Científico organizarão aulas presenciais, ‘workshops’, cursos e debates interativos que futuramente também serão viabilizados via internet no nosso site, para a reciclagem que Mauro Salles considera importante na especialidade que vive constante evolução.
Mauro José Costa Salles é formado pela Faculdade Estadual de Medicina do Pará, fez residência em Infectologia no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Clínica Médica na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde também fez seu doutorado, tem mestrado pela Universidade de Londres, e é professor de Infectologia da Faculdade da Santa Casa, coordenador do Serviço de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Isabel e infectologista do Pavilhão Fernandinho Simonsen.
Com muita experiência na vida corporativa, foi vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia e primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Infectologia. Como presidente da SPI estará à frente da maior entidade estadual de infectologistas, pois seus mais de 600 associados representam uma parte importante dos infectologistas brasileiros.
“A Infectologia é uma especialidade que permeia as demais”, diz ele, “pois tanto o pneumologista como o ortopedista, o neurologista e o cardiologista, para citar apenas alguns, tem que enfrentar diariamente o problema das infecções em suas especialidades”, e o número de infectologistas ainda está aquém das necessidades não só em São Paulo, como no Brasil inteiro.
Epidemia de gripe – Esta carência levou o novo presidente a privilegiar a Educação Continuada, que deve necessariamente abranger os novos desafios, como por exemplo, a recente epidemia de gripe que afeta 47 dos 50 Estados norte-americanos e que levou o prefeito de Nova York a decretar estado de emergência, depois que 20 mil pessoas foram afetadas pelo surto da gripe, causada principalmente pelos vírus influenza A H3N2 e pelo influenza B.
“Com o grande número de brasileiros viajando para os Estados Unidos, cabe não só ao infectologista como ao clínico, quando consultado, orientar sobre as providências recomendadas”, diz Mauro Salles. Ele explica que a cepa de vírus que se espalha em cada Continente não é a mesma e que vacinar-se ao chegar aos Estados Unidos pode não adiantar, “pois a vacina demora aproximadamente duas semanas para conferir imunidade”. “Pode ser uma falsa sensação de segurança, por isso os turistas não podem descuidar das medidas de prevenção contra a transmissão do vírus da gripe”
O importante, recomenda, é quando nos EUA, portar um vidrinho de álcool gel para desinfetar as mãos, evitar contato com pessoas com sintomas, espirrando ou usando lenço constantemente e se possível vacinar-se no Brasil com pelo menos duas semanas de antecedência, assim que a vacina com os antígenos escolhidos para este ano estiver disponível, o que se espera para final de março e início de abril.
“A vacina a ser disponibilizada no Brasil não vai proteger totalmente contra a gripe que grassa nos Estados Unidos”, esclarece, “mas fará com que num eventual contágio o brasileiro tenha uma gripe mais fraca e uma recuperação mais fácil”.
Fonte: SPI