Médicos das duas maiores cidades do estado do Maranhão, Imperatriz e São Luís, pararam de atender por meio de planos de saúde os procedimentos eletivos, que englobam consultas, exames e cirurgias em clínicas e hospitais particulares. A categoria reivindica reajustes nos valores dos procedimentos, que estão desatualizados há cinco anos. A paralisação foi adotada por todos os hospitais das duas cidades. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Maranhão, Adolfo Silva Paraíso, a paralisação foi feita depois de várias tentativas de acordos. “O acordo que a gente fez com as operadoras de saúde suplementar foi em 2004. Ao longo desses anos, houve reajuste das operadoras e isso foi repassado ao usuário, mas no caso dos médicos, que são prestadores de serviço, o reajuste foi zero, ou seja, estamos trabalhando com valores ainda embasados em 2004”, disse o sindicalista. Os médicos pedem que o valor seja atualizado de acordo com a 5ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que estipula o preço da consulta em R$ 52. Atualmente, os planos de saúde pagam aos médicos entre R$ 34 e R$ 45 por consulta. O sindicato aguarda propostas das operadoras para analisar na próxima segunda-feira (10/08). Por enquanto, a única proposta aceita foi a da UNIMED, que já adotou a CBHPM. Orientação aos pacientes Os casos de emergência e urgência vão ser os únicos atendidos pelos planos de saúde. Nos outros casos, o paciente deverá pagar pela consulta de acordo com a tabela de procedimentos médicos, a CBHPM. Os usuários que queiram ou precisem de atendimentos nos dias de paralisação devem pedir recibo aos médicos. “Nós fizemos um folheto com informações aos usuários. Caso o usuário queira ser atendido nos dias de paralisação, a orientação é que seja cobrado o valor da tabela da CBHPM, para evitar qualquer preço abusivo. O paciente também deve pedir um recibo ao médico para depois solicitar ressarcimento ao seu plano de saúde”, informou Adolfo Paraíso. Intervenção do MPT Em maio deste ano, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) entrou com um requerimento no Ministério Público do Trabalho (MPT), reivindicando que os médicos recebam reajustes nos valores das consultas e de outros procedimentos toda vez que houver aumento nas mensalidades dos usuários dos planos de saúde. No mês seguinte, o Procurador Regional do Trabalho, Ricardo José Macedo de Britto, propôs uma reunião dos representantes da Fenam, com dirigentes das operadoras de saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que concordaram em prosseguir nas discussões para chegar à solução do problema. O processo ainda está em andamento. Fonte : Fenam