Estado fez acordo com UPE para injetar R$ 8 milhões para sanar dívidas do Hospital Oswaldo Cruz, que deve abrir 124 vagas de internamentos este ano Uma boa notícia para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), na área central do Recife, que vem enfrentando uma crise financeira. Acordo firmado, ontem, entre o governo do Estado e a Universidade de Pernambuco (UPE) injetará R$ 8 milhões nos cofres do hospital de ensino para sanar dívidas. O déficit chegou a R$ 12 milhões entre janeiro de 2006 e fevereiro deste ano. Para evitar que os débitos voltem a se acumular, as Secretarias de Saúde (SES) e de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma) repassarão, juntas, R$ 1,2 milhão a cada mês. Como compromisso, a unidade terá de abrir 124 leitos este ano. A falta de verba prejudicou o Huoc a ponto de fazer médicos restringirem o atendimento há 25 dias. Sem credibilidade, a instituição não conseguia comprar remédios e material de laboratório. Isso porque os R$ 3,4 milhões do SUS não cobriam os custos, gerando desfalque mensal de R$ 800 mil. “Agora, esperamos fazer licitações melhores e ter a confiança dos fornecedores para realizar compras mais vantajosas”, declarou o diretor do hospital, Ricardo Coutinho. Com R$ 777 mil da SES mais R$ 457 mil da Sectma, o Huoc reequilibra as finanças e poderá investir na melhoria do serviço. Em três meses, precisa abrir ao menos metade dos 124 leitos previstos para clínica médica, hematologia, mastologia, oncologia cirúrgica, oncologia clínica, ortopedia e pediatria. A UTI de adulto dobrará a capacidade, de 7 para 14 vagas, e a de crianças totalizará dez. A partir de 2010, passam a funcionar novos setores de radioterapia e quimioterapia, criados por meio de convênio com o Ministério da Saúde. Na cerimônia de assinatura do compromisso, o governador Eduardo Campos afirmou que investirá na expansão dos hospitais universitários. Aproveitou para criticar o que chama de “injustiça com o Nordeste” no repasse de verbas do SUS. “Por que um procedimento na UPE vale 70% da mesma coisa realizada no interior de São Paulo? Foi esse subfinanciamento que levou ao déficit”, censurou. Informou que, este ano, o Estado investirá R$ 86 milhões nos três hospitais de ensino da UPE – Huoc, Procape e Cisam – enquanto o SUS destinará R$ 13,54 milhões. O reitor da UPE, Carlos Calado, classificou como “fato histórico” o investimento do Estado em socorro do hospital. “Não tenho conhecimento de uma universidade ter sido convocada pelo governo para quitar o débito de um de seus hospitais. Vamos buscar o déficit zero”, garantiu. Na opinião do secretário-executivo de Saúde do Estado, Frederico Amâncio, a reabilitação do Huoc trará reflexos para toda a rede de saúde. “É importante para nós o bom funcionamento dos hospitais universitários, porque assim atendemos melhor nas unidades estaduais.” O presidente do Cremepe, André Longo, avaliou como “positiva” a ação do governo. “Esse apoio é de grande importância para a rede como um todo, porque ajuda a transformar a saúde pública em nosso Estado”. Fonte: Jornal do Commercio (14.04.2009)
Mais verba e leitos no Huoc
14/04/2009 | 03:00