Os médicos que integram o Movimento pela Dignidade Médica rejeitaram a proposta de acordo apresentada pela Sul América e Bradesco. Em assembléia ontem à noite, no Recife, os médicos anunciaram que novas especialidades podem engrossar o movimento e só atender aos usuários por reembolso nos próximos dias, entre elas as de cirurgiões cardíacos e otorrinolaringologistas. A medida vai ajudar a categoria a pressionar as operadoras de seguro saúde a apresentar propostas que estejam dentro dos requisitos mínimos previstos na nova Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Os médicos anunciaram também que a partir da próxima segunda-feira, os cirurgiões pediátricos só vão atender por reembolso. Na próxima quinta será a vez dos urologistas e, na sexta, os ortopedistas. “A Sul América e Bradesco estão irredutíveis”, comentou o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, André Longo. Além disso, os médicos também resolveram criar um disque-denúncia através do qual os usuários das empresas Bradesco Saúde e Sul América poderão apresentar suas queixas contra as duas operadoras. “Todas as reclamações serão encaminhadas para a ANS”, garantiu o presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Ricardo Paiva, referindo-se à Agência Nacional de Saúde Suplementar. Os detalhes desse serviços ainda vão ser definidos e estruturados esta semana pelo movimento. A assembléia de ontem foi a primeira a ter um caráter mais nacional, pois foi implantado um sistema de videoconferência nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e São Paulo. A idéia, com isso, era fazer com que a reação dos médicos às propostas apresentadas pelas operadoras ganhassem uma resposta única em todos os Estados e também para que o Movimento chegue a locais onde ainda não está em vigor. Ricardo Paiva explicou que a situação chegou a esse ponto porque as seguradoras se recusaram a discutir propostas que atendessem às reivindicações das entidades médicas. Mesmo com a Federação Nacional das Empresas de Seguro Privado (Fenaseg) oferecendo alguns reajustes nos honorários médicos ” no início das negociações, a entidade sequer cogitava essa possibilidade “, Paiva reclama que a proposta não atende ao que está previsto na CBHPM. “As operadoras não estão levando a Classificação em consideração”, reclama ele, argumentando que nem todos os novos procedimentos previstos pela CBHPM seriam cobertos pelos planos de saúde. Além disso, as seguradoras também ofereceram reajustes que não atendem aos valores mínimos previstos na tabela. “Já estamos em negociação há seis meses”, ressaltou o presidente do Cremepe. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com informações do Jornal do Commercio.
Mais médicos vão passar a cobrar por reembolso
04/06/2004 | 03:00