CFM apresenta os dados da Pesquisa sobre Qualificação, Trabalho e Qualidade de Vida do Médico do Nordeste Passados três anos da realização da Pesquisa sobre Qualificação, Trabalho e Qualidade de Vida do Médico, que deu origem ao livro O Médico e seu Trabalho, o Conselho Federal de Medicina divulga, agora, os dados da região Nordeste, com o livro O médico e o seu trabalho – Resultados da REGIÃO NORDESTE e seus estados. O livro será lançado durante o XXXIII Encontro dos Conselhos Regionais de Medicina da Região Nordeste, que será realizado em Natal (RN), de 20 a 23 de julho. O lançamento se dará às 18h00 do dia 21/07, no saguão do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Av. Rio Branco – Cidade Alta, em frente ao Restaurante do SESC – Natal – RN) As informações contidas no livro com os dados da região Nordeste foram coletadas pela internet durante o ano de 2002. Dos 41.186 médicos do Nordeste, 2.757 abrangendo todas as especialidades médicas responderam as questões que envolvem características demográficas, formação profissional, participação científica, mercado de trabalho, orientação/participação sociopolítica e atitudes ante a vida e valores humanos. A pesquisa anterior a esta foi elaborada em 1996 pela pesquisadora da Fiocruz, Maria Helena Machado – Perfil dos médicos no Brasil: análise preliminar. Características demográficas Os médicos que atuam no Nordeste são predominantemente do sexo masculino, numa proporção de 2:1, e se distribuem quase eqüitativamente nas diversas faixas etárias, até os 60 anos. A profissão, como constatado no estudo de 1996, continua sendo exercida predominantemente (64%) por médicos jovens, menores de 45 anos. O estado do Ceará apresenta 73% dos seus médicos nessa faixa etária. Majoritariamente, trabalham no próprio estado (73,9%), porém muitos (26,1%) migram para outras localidades. Quase todos são brasileiros (99,2%) e graduados no Brasil, porém aumenta gradativamente o número de médicos formados no exterior em diversos municípios, contratados de forma indiscriminada. Dos médicos que atuam no interior, 62,4% encontram-se na faixa etária de 35 a 49 anos. Ressalte-se a carência de um programa adequado de interiorização do médico, o que resulta em um quadro que se repete em todas as regiões do Brasil, porém mais acentuadamente no Nordeste, onde cerca de 80% residem nas capitais. À época da realização da pesquisa a região Nordeste contava com 41.186 médicos em atividade, representando uma relação de 0,86 médicos/1000 habitantes ou 1 médico para cada 1.159 habitantes. Enquanto isso, no Brasil, observa-se uma razão de médicos por 1.000 habitantes da ordem de 1,38 ou 1 médico para cada 725 habitantes. O menor número de médicos por habitantes encontra-se no Maranhão (0,39), seguido pelo Piauí (0,64). Coincidentemente, estas UF apresentam os menores valores do PIB per capita da Região. Os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe apresentam uma relação médico/1000 habitantes pretensamente adequada, com cerca de 1 médico para cada milhar de habitantes. Formação profissional A maioria dos médicos no Nordeste graduou-se em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas (88,4%) e 51,6% têm menos de 15 anos de formado. Percentual expressivo realizou algum curso de pós-graduação (75,7%) e 54,6% obtiveram título de especialista. Relativamente à residência, tida como forma de pós-graduação mais adequada para a prática médica, a maioria informou tê-la realizado (58,8%), porém esse contingente é menor do que aquele constatado na década de 1990 (61,5%). Constitui fato digno de nota que a maioria das Residências freqüentadas por médicos que atuam no Nordeste foram realizadas na própria região em que habitam (60,4%). Assim, é notável constatar que os médicos que trabalham no Nordeste são majoritariamente graduados e pós-graduados (residência médica) na própria região! O número de diplomas estrangeiros revalidados no Nordeste foi de 14, igual apenas ao de uma IES do Sudeste, a Universidade Federal de Minas Gerais. Entre as IES do Nordeste, a Universidade Federal da Bahia (4 diplomas ou 28,6%) e a Universidade Federal da Paraíba (2 diplomas ou 14,3%), foram as que mais revalidaram. A título de comparação, a Universidade de São Paulo revalidou 17 diplomas. Participação científica A quase totalidade dos médicos que atuam no Nordeste, à semelhança de seus colegas em âmbito nacional, reconhece a necessidade de aprimorar seus conhecimentos em Medicina (98,9%), como também o fizeram os médicos respondentes da pesquisa passada (96,6%; Machado, 1996). A principal razão alegada pela maioria (83,8%) foi a de melhorar a qualificação técnica, também reconhecida como prioritária na pesquisa prévia (82,4%; Machado, 1996) e ora apontada por 83,9% daqueles que trabalham no País (CFM, 2004). Um número expressivo de médicos que trabalha no Nordeste participou de congressos científicos nos últimos dois anos (86,5%) e que tal não fora motivado, exceto para uma minoria, pela intenção de ascensão profissional, ou melhor, remuneração, senão unicamente melhor qualificação técnica. Percentual próximo a este (87,2%) teve acesso à revista científica. Tais percentuais são similares àqueles observados para os médicos do País. No entanto, regrediu em 2,8% o contingente de médicos que afirmaram ter acesso à revista científica em relação à pesquisa passada, embora tenha aumentado a participação em congressos nacionais. A assinatura e leitura de revistas científicas internacionais, tidas como mais adequadas à atualização, ainda são pequenas. A escolha recai sobre as revistas nacionais, onde 51% dos respondentes são assinantes. Mercado de trabalho Apesar dos múltiplos empregos, que resultam numa atividade desgastante, quase não existem médicos desempregados. A maioria trabalha no setor público (79,6%), possui consultório (60,5%) e complementa sua renda no setor privado (54,4%); são 16,4% os docentes que responderam à pesquisa. As atividades filantrópicas e de docência não chegam a comprometer 1/5 dos médicos. Poucos são os que exercem apenas uma atividade (17,1%), sendo mais comum aqueles que exercem 2 ou 3 atividades (51,8%) e 3 ou 4 atividades (43,8%). É significativo, senão também lamentável, que 13,1% exerçam 5 ou mais atividades. A maioria trabalha na mesma cidade em que reside, e a Medicina é a única fonte de renda para 89,6%. Um grupo expressivo é proprietário de empresa médica (24,7%). É relevante a constatação de que 57,4% dos médicos trabalham como plantonistas. Para a maior parte (64,8%) a jornada de trabalho aumentou, porém a remuneração só melhorou para 44,4%. Enfim, elevado contingente de entrevistados (89,8%) acha o exercício profissional mais ou menos, muito ou totalmente desgastante. Considerando apenas a principal especialidade exercida, Clínica Médica (ou Medicina Interna) foi a mais citada (10,7%) seguida de Ginecologia/Obstetrícia (10,4%), Cardiologia (8,7%), Pediatria (7,9%), Anestesiologia (6,1%), Medicina Geral e Comunitária (5,8%), Cirurgia Geral (4,8%) e Urologia (3,5%). Embora estas especialidades possam variar frente ao contexto nacional no que se refere ao quantitativo de médicos que as exercem, são as mesmas listadas. A diferença fundamental correspondeu à primeira especialidade que mais médicos reuniu; no Brasil foi Cardiologia (9,8%; CFM, 2004). Porém, mais discrepância ainda foi registrada em relação aos dados do Nordeste obtidos com a pesquisa passada; nela a especialidade mais freqüente foi Pediatria (14,2%); a Medicina Interna ou Clínica Médica ocupou o terceiro (9,5%) e a Cardiologia o sexto (3,9%) lugar (Machado, 1996a, p. 90). É lícito indagar se a preferência atual pelas especialidades citadas decorre das oportunidades de trabalho, conseqüente à maior demanda de pacientes, visto que quase 80% dos médicos trabalham no setor público, ou de uma preferência por áreas onde se executam procedimentos tidos como de maior retorno financeiro, principalmente em relação aos convênios privados, hoje cobrindo uma parcela significativa do mercado. Orientação e participação sociopolíticas Para a grande maioria dos médicos do Nordeste o Programa Saúde da Família (PSF) está implantado em todos os estados da região, e o Piauí lidera este ranking. A exceção é a Bahia. A avaliação geral do Programa é positiva. A implantação do PSF na Região foi confirmada por 93,4% dos médicos nordestinos. Este resultado é superior à média nacional, de 84,2%, o que demonstra o estágio mais avançado de sua implantação na Região em comparação ao restante do País. No entanto, a avaliação que fazem do Sistema Único de Saúde é bem diferente: para a maioria, o SUS tem graves problemas. Os médicos nordestinos também não estão nada satisfeitos com o sistema de convênios com planos privados de saúde. A maioria mostrou-se pouco ou nada favorável aos convênios, e apontou sérios problemas para a prática médica, inclusive do ponto de vista ético. Ao agruparmos as respostas nada favorável e pouco favorável registramos um índice de 42%, bem superior aos 16,8% dos que o consideram bastante ou totalmente favorável. Estes percentuais são maiores do que os nacionais, respectivamente 39,9% e 20,5%. Vale registrar, também, o expressivo contingente que se mostra mais ou menos favorável ao sistema (41,2%), índice semelhante ao observado nacionalmente (39,6%). Note-se que os resultados encontrados no Nordeste são piores do que no âmbito nacional. Tudo isso certamente influencia a categoria quando analisa o futuro da profissão. Predomina a visão pessimista, e não poderia ser diferente. Por fim, quanto às entidades médicas, o recado foi muito claro: a maioria delas não está correspondendo às aspirações da categoria. Destaque para os sindicatos e associações médicas locais. No item leitura de jornais impressos por entidades da categoria, a grande maioria (92,7%) respondeu que os lê, índice semelhante ao nacional (94,1%). Os médicos do Nordeste também responderam majoritariamente que conhecem o Código de Ética Médica (88,3%), percentual superior ao da pesquisa passada, que foi de 74,4% para a Região (Machado, 1996, p. 129), mesmo considerando o índice dos que não responderam (3,3%). O resultado é pouco inferior ao encontrado para o País (91,1%). Atitudes ante a vida e valores humanos Num contexto amplamente desfavorável de desvalorização de seu trabalho, associado a uma profissão que exige atualização constante e uma prática complexa, além de um convívio permanente com o sofrimento e a morte, o médico do Nordeste estabelece seu sistema de valores. Mesmo em face dessa realidade, 41,4% têm-se mostrado satisfeitos com a vida, sendo mínima a percentagem de insatisfeitos (12,2%). Relativamente aos valores humanos, é significativa a valorização da relação afetiva, profunda e duradoura, reconhecida como importante pela maioria (87,4%). Virtudes como a honestidade (probidade, honradez) e senso de justiça social foram igualmente exaltadas como importantes pela quase totalidade dos entrevistados. Contrariamente, os anseios de poder, de controle sobre outras pessoas por meio da ocupação de cargos de chefia, foi execrado pela maioria (66,3%) como preceito relevante para a realização pessoal. Serviço Lançamento do livro O médico e o seu trabalho – Resultados da REGIÃO NORDESTE e seus estados Dia: Quinta-feira – 21/07/2005 Horário: 18h00 Local: Saguão do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte Av. Rio Branco – Cidade Alta, em frente ao Restaurante do SESC – Natal (RN)

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