A Política Nacional de Atenção Oncológica, lançada hoje (28/11) pelo secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, José Gomes Temporão, estabelece uma nova relação entre o paciente portador de câncer e o seu acompanhamento pela rede pública. Ela integrará todos os níveis de atenção à saúde, da alta complexidade ao Programa de Saúde da Família. Um dos principais objetivos é detectar precocemente a doença. Na cerimônia, realizada no Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, também foram divulgadas as diretrizes para estruturação de um Plano de Controle dos Cânceres de Colo de Útero e Mama. Entre as metas, está a criação uma rede nacional para mobilizar a população para o controle do câncer. Devem integrar a rede representantes das secretarias municipais e estaduais e da sociedade civil. “Apesar de todos os esforços realizados até hoje, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero se mantém estável e a por câncer de mama tem aumentado ao longo do tempo”, afirma Gulnar Azevedo, coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA. O câncer de mama é mais facilmente tratado quando detectado em seus estágios iniciais. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 10 milhões de novos casos de câncer são diagnosticados a cada ano. Se a tendência de aumento for mantida, em 2020 serão 15 milhões de novos casos anualmente. Mais de 10% das mortes anuais estão relacionadas com o câncer. No Brasil, essa tendência de aumento da incidência se mantêm. O agravante é que os casos de câncer ainda são detectados em fases muito avançadas. “Em uma escala que vai de 1 a 4, 60% dos tumores são diagnosticados em fases 3 e 4 no Brasil. Uma etapa muito avançada que reduz a possibilidade de tratamento e consome muitos recursos públicos”, explica Luiz Antonio Santini, diretor geral do INCA. Somente em 2003 foram gastos mais de R$ 1 bilhão e 500 mil com o tratamento de pacientes com câncer no Sistema Único de Saúde. A Política prevê ações como as seguintes: 1 – As ações de cada estado para o controle da doença deverão ser cadastradas na página da Rede de Atenção Oncológica na internet, que servirá como um sistema de monitoramento do que está sendo realizado por todo o Brasil. Será possível elaborar um diagnóstico da rede de saúde em nível nacional. Essas informações poderão subsidiar a estruturação dos Planos Estaduais de Atenção Oncológica, que deverão seguir as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. A página da internet também disponibilizará as diretrizes clínicas para diagnóstico e tratamento da doença. 2 – Qualificação dos serviços prestados, para, por exemplo evitar a invalidação de exames de papanicolau e mamografias por inadequação técnica 3 – Os sistemas de informações de câncer também serão melhorados, com a modernização do SISCOLO (Sistema de Informação de Controle do Câncer do Colo do Útero) e a criação do SISMAMA (Sistema de Informação do Câncer de Mama). Será possível realizar um acompanhamento clínico das mulheres submetidas aos exames de diagnóstico. 4 – Reforça a importância do Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco, estimula a promoção da pesquisa em câncer e prevê a criação de diretrizes para avaliação de novas tecnologias a serem implementadas. Fonte: Instituto Nacional de Câncer
Lançada Política de Atenção Oncológica
29/11/2005 | 02:00