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Tristeza, indignação e revolta. Provavelmente, serão estes os sentimentos que vão invadir o leitor do Jornal MEDICINA, quando lhe chegar às mãos a edição N° 140, que destaca a devastação da Escola de Medicina do Terreiro de Jesus, em Salvador, na Bahia. É impossível reprimir estes sentimentos ao entrar naquela que foi uma das maiores bibliotecas brasileiras: a da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, localizada no Terreiro de Jesus, no centro histórico de Salvador. São milhares e milhares de livros destruídos pela ação de vândalos, chuvas, insetos e ratos. Por seu corredor central, um tapete de páginas arrancadas e livros na mais absoluta degradação, espalhados, desfolhados, desencadernados, rompidos e corrompidos. Entre eles, obras raras, publicações do século XIX e dos primeiros anos do XX. Páginas Perdidas da História A biblioteca é apenas o elemento mais gritante da situação em que se encontra o conjunto que abrigou durante mais de cem anos a primeira escola de Medicina do Brasil, criada em 1808 pelo então regente D. João – que após assumir o trono de Portugal passou a ser conhecido por D. João VI. O prédio do Terreiro de Jesus constitui, na verdade, o mais importante dos monumentos arquitetônicos civis do centro histórico da primeira capital do Brasil. No local onde foi instalado, existia, desde 1551, o Colégio dos Meninos da Companhia de Jesus. Durante o século XVII, este foi o mais importante estabelecimento de formação superior dos jesuítas nas Américas, tendo como um dos seus mais notáveis representantes o padre Antônio Vieira, autor dos Sermões. Com a expulsão dos jesuítas promovida pelo marquês de Pombal, o prédio passou a abrigar o Hospital Real Militar, onde foi criado, em 18 de fevereiro de 1808, o primeiro curso superior de medicina, cirurgia e de partos no Brasil, transformado, em 1832, na primeira faculdade de Medicina do país, que funcionou nesse prédio até 1974, quando o edifício passou para o domínio exclusivo da Universidade Federal da Bahia. A mesma degradação é encontrada na Ala Nobre, onde está instalado o Memorial da Medicina, criado em 1983, e oficializado pelo Congresso Nacional como Memorial da Medicina Brasileira, em 1995. O CFM entende que a destruição da Escola de Medicina do Terreiro de Jesus não se trata de um problema que afeta apenas os médicos da Bahia. A situação em que se encontra o conjunto arquitetônico representa uma agressão a todos os médicos brasileiros, na medida em que o que está em jogo é a memória histórica da Medicina nacional, que pertence a todos os médicos brasileiros e à toda a sociedade. A reportagem completa sobre a devastação a que a escola de medicina foi submetida e os riscos que corre o Memorial da Medicina Brasileira está na edição N° 140 do Jornal MEDICINA, que chega às mãos dos leitores até o final de fevereiro.

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