O tema, presente em diversos campos das relações humanas, também é observado no exercício profissional na área de saúde, analisou o conselheiro federal pelo estado de Pernambuco. “Temos conhecimento sobre o aviltamento profissional de muitos que se dedicam a profissões da área de saúde, particularmente o médico”. Mas o vice-presidente também chamou a atenção dos profissionais para não servirem de instrumento de exploração de pacientes, nos estudos clínicos. “Muitas pesquisas não são reverentes à ética com os próprios sujeitos das pesquisas. Esse é um campo que precisamos refletir e nos debruçar sobre ele, para coibir atitudes que venham ao encontro da especulação, da indústria e do comércio com o ato médico. O médico precisa ter atenção para não ser explorado e não servir como instrumento de exploração, alerta Carlos Vital.
Bioéticas, poderes e injustiças – A exclusão de parte da população aos benefícios das pesquisas foi tratada em palestra proferida pelo presidente do Congresso e coordenador do Programa de Pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB), Volnei Garrafa, em mesa redonda realizada nesta quinta-feira (8), segundo dia do IX Congresso. Na avaliação do professor, “o desenvolvimento científico e tecnológico no mundo é acelerado e a cada dia temos descobertas maravilhosas, só que 2/3 da população não tem acesso a esses benefícios, porque eles são caros, inacessíveis. O mundo tem que trabalhar fórmulas para democratizar o acesso das pessoas a esses benefícios”, diz o professor.
O IX Congresso Brasileiro de Bioética será encerrado neste sábado (10), com a conferência Um direito fundamental: o mais alto padrão possível de saúde, tema de palestra a ser proferida pelo professor stefano Semplici, da Universitá di Roma e presidente do Internacional Bioethics Commitee, da Unesco na Itália.