O Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into) do Ministério da Saúde realizará o 3º mutirão de coluna entre os dias 25 e 29 de outubro. Em apenas uma semana, 30 cirurgias dessa especialidade serão feitas, enquanto a média habitual é de 24 operações por mês. O mutirão também terá caráter educacional, pois, pela primeira vez na área, será realizado o Projeto Imersão, que visa à capacitação de médicos de outras instituições do país. Os profissionais assistirão às cirurgias ao vivo, por meio de telões no auditório do Into, e poderão interagir com a equipe médica da entidade fazendo perguntas em tempo real. A iniciativa contará, ainda, com a participação de convidados internacionais. Atualmente, 737 pessoas aguardam por uma cirurgia de coluna no Into. A espera pode levar até dois anos, já que a especialidade é uma das três mais procuradas na instituição, ao lado das de joelho e quadril. Para o mutirão, foram selecionados pacientes que estão há mais tempo na fila ou que apresentam quadros mais graves. Entre os problemas de coluna freqüentes que serão operados agora estão doenças degenerativas (artroses), doenças de disco (hérnia) e o desvio de coluna (escoliose). “O mutirão é importante porque faz parte do nosso esforço para agilizar o atendimento das pessoas numa especialidade tão procurada. Além disso, o Into inova, ao atuar não apenas na parte assistencial, mas também no setor educacional, através do Projeto Imersão”, declarou o chefe do Serviço de Coluna do Into, Luiz Cláudio Schettino. Até agora, cerca de 60 médicos dos estados do Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe já se inscreveram no Projeto Imersão. A previsão é de que o número de participantes atinja 100 profissionais. Além de poderem acompanhar as operações ao vivo e fazer perguntas em tempo real aos cirurgiões, os médicos inscritos no projeto participarão de mini-conferências e mesas-redondas. Os temas abordados serão doenças degenerativas, tumor e infecção, deformidades e trauma. Novas técnicas de cirurgia também serão discutidas. O Projeto Imersão permite que, em apenas uma semana, os participantes obtenham o mesmo aprendizado que teriam em três meses em condições normais. O Projeto Imersão também contará com a presença de dois convidados internacionais, os médicos Tai Friesen, especialista em cirurgia de coluna do Hospital Universitário North Tees, da Inglaterra, e Rubens Jensen, profissional brasileiro que atua na Alemanha há 15 anos e trabalha no Klinicum Karlsbad, hospital de referência em cirurgia de coluna nesse país e responsável pela produção de 1,2 mil cirurgias dessa especialidade por ano. Segundo Schettino, serão aplicadas técnicas de rotina durante o mutirão de coluna. Na última edição, realizada em maio, foram usadas pela primeira vez na rede pública de saúde próteses móveis nas cirurgias de coluna cervical e lombar no lugar dos enxertos ósseos utilizados anteriormente. Empregadas nas cirurgias de coluna cervical desde o ano passado, as próteses móveis, todas importadas, possibilitam que o paciente preserve totalmente a mobilidade da coluna ao contrário do que acontece com as placas e parafusos que causam, muitas vezes, perda parcial dos movimentos. As cirurgias de coluna mais simples, como a de hérnia de disco, por exemplo, costumam ser realizadas entre 40 minutos e uma hora. Já as operações como as de escoliose degenerativa em adulto são mais longas e levam, em média, seis ou sete horas de duração, podendo chegar a dez horas. O tempo de recuperação de um paciente operado de coluna é de três a quatro dias no hospital. Já o período de reabilitação, com fisioterapia, pode variar de um a seis meses, de acordo com a gravidade do caso. Fonte: Ministério da Saúde Mais Informações Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into) Assessoria de Imprensa Valéria Bravo (21) 2257-9472/2257-9473/9104-6923
Into faz mutirão de coluna e capacita médicos
22/10/2004 | 03:00