A intervenção do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) na crise envolvendo os ginecologistas e obstetras do Hospital da Mulher de Dourados e a direção da instituição garantiu a reabertura das negociações entre as partes e evitou que os médicos paralisassem o atendimento a população. Desde julho do ano passado os médicos tentavam negociar com a direção do hospital, reivindicando melhores condições de trabalho, melhor remuneração dos plantões e contratação de mais profissionais, mas a diretoria não respondia aos ofícios encaminhados e nem atendia as reivindicações. Diante desse quadro, no dia 18 de janeiro deste ano os médicos decidiram tomar uma medida extrema, anunciaram que a partir do dia 1º de fevereiro estariam suspendo o atendimento no setor. O grupo, formado por dez ginecologistas e obstetras, solicitou ainda a intervenção do CRM/MS nas negociações, com o objetivo de tentar evitar a paralisação. Atendendo o pedido, o presidente do CRM/MS, Marcos Paulo Tiguman, e o vice-presidente, Lúcio Bulhões, viajaram para Dourados nesta segunda-feira, e participaram de uma série de reuniões com o promotor de Justiça, José Antonio Alencar, com a secretária de Saúde, Maria de Fátima Metelaro, com o superintendente do Hospital da Mulher, Paulo Roberto Nogueira, e também com o grupo de médicos. Após essa série de reuniões, Tiguman anunciou que foram reabertas as negociações entre os médicos e a direção do hospital e que o atendimento no setor de ginecologia e obstetrícia do Hospital da Mulher de Dourados continuará sendo feito normalmente. “A reunião foi um sucesso”, comemorou. O presidente do CRM/MS também explicou que no dia 18 de fevereiro será realizada uma nova reunião em Dourados, envolvendo além dos médicos, da direção do hospital e do CRM/MS, o Ministério Público Estadual, a Associação Médica da Grande Dourados, o Sindicato dos Médicos e as secretarias municipal e estadual de Saúde, para buscar um consenso entre as partes. “Até o dia 18, cada um desses órgãos, entidades e instituições estará fazendo um levantamento de como pode contribuir para solucionarmos de uma vez os problemas e evitar a suspensão do atendimento a população”, concluiu.