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Evento discutirá temas como tecnologia, humanização e acessoAvanços da Oncologia não chegam ao SUS

A campanha “Meu câncer não é igual ao seu”, lançada pelo Instituto Oncoguia, apresenta os benefícios da medicina personalizada, não acessível para quem depende do serviço público de saúde. Este será um dos assuntos em discussão em Brasília, nos dias 8 e 9 de abril.

Com vídeos educativos e uma página exclusiva em seu portal, o Instituto Oncoguia está orientando a sociedade com a campanha “Meu câncer não é igual ao seu” para mostrar que a Oncologia mudou com a chegada da medicina personalizada e seus tratamentos com terapias alvo, terapia gênica e quimioterapia, hoje disponíveis para pacientes com doença avançada. Chama atenção para o tratamento certo para o paciente certo, com impactos importantes em vários aspectos, inclusive no econômico. Entretanto esses recursos não são oferecidos a todos os pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por sinal, a questão do acesso a modernas terapias está entre os temas do 5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia, que o Instituto Oncoguia promoverá nos dias 8 e 9 de abril, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Segundo o oncologista Rafael Kaliks, diretor científico do Instituto Oncoguia, a medicina personalizada, apesar de implicar custos mais altos com testes moleculares, identificação do alvo e medicação, por exemplo, proporciona uma eficácia maior, atrelada a uma menor toxidade. Ele comenta: “No Brasil, ainda estamos engatinhando, por limitações seja na disponibilidade de testes laboratoriais específicos, seja das terapias alvo, seja de ambas”.
 

Os planos de saúde são obrigados a pagar as terapias que têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que constam do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ambos os organismos, de acordo com Kaliks, são relativamente morosos na avaliação de tecnologias, tanto dos novos testes como em medicamentos.

A forma como o tratamento é definido e oferecido pelo SUS é muito complexa, afirma Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. “Temos diferenças entre hospitais e entre estados e mesmo quando a Conitec (órgão responsável incorporação de novas tecnologias no SUS) incorpora um novo tratamento, sem compra centralizada ou atualização da tabela de procedimentos de alta complexidade (Apac), o medicamento não estará acessível a quem mais importa, o paciente”.

Kaliks diz que há poucas terapias inovadoras no SUS, mas estão abaixo das oferecidas na saúde complementar, que por sua vez não se igualam às aplicadas nos Estados Unidos e alguns outros países desenvolvidos. Além disso, ele lembra que mesmo o tratamento padrão oferecido pelo SUS poderia ajudar, se fosse feito no momento certo e da maneira correta. Infelizmente temos também sérios atrasos em cirurgias e radioterapia.

Rafael Kaliks reitera que a cirurgia, a radioterapia e o tratamento sistêmico no momento certo é que podem ter impacto na sobrevida dos pacientes. “Ainda não fazemos isto da maneira adequada em uma grande porcentagem dos casos. Precisamos discutir a inclusão dos testes e novos medicamentos e também corrigir estas deficiências estruturais”, ele adverte.

Para saber mais sobre a campanha “Meu câncer não é igual ao seu”: http://www.oncoguia.org.br/oncologia-de-precisao/
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=pyUepIPcR8U&list=PLpXT6419YgANjlpsyKeRO-UrqyKNv6O5l

 Em Brasília – O 5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia reunirá em Brasília os mais diversos atores envolvidos com a temática do câncer, como órgãos de governo, a exemplo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e representantes de empresas e da indústria farmacêutica, de operadoras de planos de saúde, pesquisadores, ONGs, parlamentares, entre outros.

Estarão em discussão temas relacionados a tecnologia, humanização e acesso. Para a presidente do Instituto Oncoguia, a psico-oncologista e especialista em Bioética Luciana Holtz de Camargo Barros, em muitos casos de nada adiantam os avanços tecnológicos, se não estão acessíveis a todos os pacientes. Ela alerta: “A epidemia de câncer está chegando e não estamos preparados, precisamos melhorar urgentemente a infraestrutura para diagnosticar e tratar a doença e discutir ainda questões básicas como a humanização do tratamento, que parece estar esquecida”.

A abertura do evento, no dia 8 de abril, está marcada para as 9h e estará a cargo da Luciana Holtz e da senadora Ana Amélia Lemos, com forte atuação em favor dos pacientes com câncer. Para os dois dias estão previstas mesas redondas com os temas: A epidemia câncer: Combatendo de forma transversal; Temos que tirar os pacientes com sinais e sintomas de câncer da fila! Como podemos ter uma regulação eficiente e transparente?; Desafios para o aprimoramento do processo de aprovação da pesquisa clínica e do registro de novos medicamentos oncológicos; Acesso ao tratamento no SUS: barreiras e defasagens; Infraestrutura ideal para se garantir um tratamento rápido, atual e humanizado; e O paciente com câncer e seus direitos: como garanti-los?

Haverá também as palestras Conhecendo o fluxo regulatório da descoberta de uma nova molécula até termos um medicamento acessível ao paciente, por Rafael Kaliks, no dia 8, e Saúde Suplementar: desafios e realidades, por Martha Regina de Oliveira, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no dia 9.

 

5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia
Data: 8 e 9 de abril de 2015
Local: Auditório Nereu Ramos
Endereço: Câmara dos Deputados, Praça dos Três Poderes, Brasília, DF
Inscrições: http://www.oncoguia.org.br/eventos/v_forum_brasilia/ 

 

Fonte: Instituto Oncoguia

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