- O Brasil tem 347 mil médicos em atividade, registrados no Conselho Federal de Medicina.
- Aproximadamente, 160 mil médicos atuam na saúde suplementar, atendem usuários de planos e de seguros de saúde.
- 46,6 milhões (24% da população) é o número de usuários de planos de assistência médica no Brasil. O dado é de dezembro de 2010.
- Cerca de 80% dos usuários de planos de assistência médica estão em planos coletivos (quase 33 milhões de pessoas). O restante, 25%, tem plano individual ou familiar.
- Por ano, os médicos realizam, por meio dos planos de saúde, em torno de 223 milhões de consultas e acompanham 4,8 milhões de internações.
- Os médicos atendem, em média, em seus consultórios, oito planos ou seguros saúde.
- Cada usuário de plano de saúde vai ao médico (consulta) em média 5 vezes por ano.
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80% das consultas, em um mês típico de consultório médico, são realizadas por meio de plano de saúde. As consultas particulares representam, em média, 20% do trabalho médico em consultório.
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Dos usuários de planos de assistência médica, 20% ainda permanecem em planos antigos (8,8 milhões), muitos deles com restrições de cobertura ainda piores do que as praticadas pelos planos novos (contratos após janeiro de 1999).
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Entre março de 2010 e março de 2011, mais 4 milhões de brasileiros passaram a ter plano de saúde. De acordo com série histórica da ANS este foi um crescimento recorde desde 2000, de 9%.
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O aumento da renda dos brasileiros e a situação positiva do mercado de trabalho, com as menores taxas de desemprego já registradas e crescimento de vínculos formais com carteira assinada, turbinaram a venda de planos de saúde, sobretudo os coletivos e empresariais, que já somam 80% do mercado. Os planos coletivos cresceram 14% em 2010, mais que os individuais e familiares, que aumentam em 5,4% o número de usuários.
Dados sobre os reajustes praticados pelas operadoras
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Os índices de inflação – de 2000 a 2011, medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – utilizado pelo governo para medição das metas inflacionárias –, acumularam 119,80%, no período, o que não foi repassado aos honorários médicos.
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De 2000 a 2011 os reajustes da ANS autorizados para os planos individuais acumularam 150,89%, sem repasse aos honorários médicos. A ANS autorizou em 2011 o maior aumento às operadoras desde 2007, ao fixar em 7,69% o índice de reajuste. Os planos coletivos podem ter reajustes anuais ainda maiores, pois é livre a negociação entre operadoras e empresas ou grupos contratantes.
Índices do IPCA x Índices da ANS |
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Ano |
IPCA |
Reajuste ANS |
2000 |
6,77 |
5,42 |
2001 |
6,61 |
8,71 |
2002 |
7,98 |
7,69 |
2003 |
16,77 |
9,27 |
2004 |
5,26 |
11,75 |
2005 |
8,07 |
11,69 |
2006 |
4,63 |
8,89 |
2007 |
3 |
5,76 |
2008 |
5,04 |
5,48 |
2009 |
5,41 |
6,76 |
2010 |
5,91 |
6,73 |
2011 |
6,53 |
7,69 |
Acumulado 2000 a 2011 |
119,80 |
150,89 |
Dados sobre a saúde financeira das operadoras
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A receita dos planos de saúde não pára de crescer. Conforme informado pelas operadoras o faturamento no primeiro trimestre de 2011 foi de R$ 18,4 bilhões, 3,8% a mais que no mesmo período de 2010. Analisando os dados de 2010, as operadoras médico-hospitalares tiveram uma receita de R$ 72,7 bilhões, 13,2% a mais que em 2009.
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O aquecimento do mercado de planos de saúde é confirmado pelo número de registros de operadoras. Pela primeira vez em dez anos, o número registros (12 empresas novas) foi maior que o número de cancelamentos (4), isso analisando o primeiro trimestre de 2011. Existem hoje 1.042 planos ativos com beneficiários, dos quais 70% são de pequeno porte, com até 20.000 pessoas.
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O valor médio da mensalidade cobrada pelos planos de saúde em 2010 foi de R$ 127,00, uma variação de 9,1% em relação a 2009, quando os planos custavam, em média, R$ 116,37 per capita/mês.
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Outro indicador de que o mercado vai bem é a redução da sinistralidade (razão entre a despesa assistencial e receita angariada com as mensalidades) que passou de 83% em 2009 para 81% em 2010.
Dados sobre a interferência dos planos na autonomia dos médicos
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O médico que trabalha com planos ou seguros de saúde atribui, em média, nota 5 para as operadoras, em escala de zero a dez. Ressalta-se que 5% dos médicos deram nota zero para os planos ou seguros saúde brasileiros e apenas 1% atribuiu notas 9 ou 10*.
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92% dos médicos brasileiros que atendem planos ou seguros saúde afirmam que sofreram pressão ou ocorreu interferência das operadoras na autonomia técnica do médico*.
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Entre as interferências no trabalho médico, glosar procedimentos ou medidas terapêuticas e impor a redução de número de exames ou procedimentos são as práticas mais comuns das operadoras (veja quadro abaixo)*.
Principais interferências dos planos no trabalho médico |
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Reclamações |
% |
Glosar (rejeitar a prescrição ou cancelar pagamento) de procedimentos ou medidas terapêuticas |
78 |
Limitar número de exames ou procedimentos |
75 |
Restringir (limitar cobertura) doenças pré-existentes |
70 |
Autorizar atos diagnósticos e terapêuticos somente mediante a designação de auditores |
70 |
Interferir no tempo de internação de pacientes (determinar alta hospitalar antes da hora) |
55 |
Negar a prescrição de medicamentos de alto custo |
49 |
Interferir no período de internação pré-operatório (não permitir, por exemplo, a internação na véspera da cirurgia) |
48 |
Nenhuma |
6 |
Base (número de médicos entrevistados) |
2184 |
* Fonte: APM/Datafolha – Pesquisa Nacional
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Mais da metade dos hospitais (54,9%) afirma que os planos de saúde determinam a transferência de pacientes para hospitais próprios das operadoras.
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Mais da metade dos hospitais (51%) afirma que os planos de saúde demoram na liberação de guias de autorização para internação, cirurgia e exames, o que prejudica pacientes e médicos.
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Dados da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE) apontam que, quanto maior o número de clientes de uma operadora de plano de saúde, maior o tempo médio para agendamento de consultas e procedimentos.
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Segundo pesquisa da PROTESTE com 500 associados, sendo 30% clientes de planos individuais e 70% de coletivos, o consumidor leva, em média, 14 dias para agendar consulta e 6 dias para procedimento ambulatorial ou exame, nos individuais. Já nos demais, os períodos são de 16 e 9 dias, respectivamente.
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Tempo médio para agendamento de consultas |
Tempo máximo para agendamento de consultas |
Tempo médio para agendamento de procedimentos ambulatoriais e exames |
Clínica Geral |
– |
210 dias |
– |
Cardiologia |
– |
180 dias |
9 dias |
Endocrinologia |
24 dias |
– |
– |
Ginecologia |
20 dias |
– |
9 dias |
Dermatologia |
17 dias |
– |
– |
Ortopedia |
– |
– |
11 dias |
Urologia |
– |
– |
9 dias |
Rede própria |
16 dias |
– |
9 dias |
Rede credenciada |
12 dias |
– |
6 dias |
Fonte: Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE)
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Pesquisa do CFM realizado pelo Datafolha, em abril de 2011, que ouviu 2.061 pessoas, distribuídas em 145 municípios, mostrou que 80% das pessoas que tem planos de saúde utilizaram a rede credenciada nos últimos 12 meses.
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Seis em cada dez usuários da saúde suplementar tiveram, no último ano, alguma experiência negativa com o atendimento
oferecido pelos planos de saúde.
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As reclamações mais comuns estão relacionadas com a demora no atendimento ou fila de espera no pronto-socorro, no laboratório ou na clínica (26%).
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Percentual significativo dos entrevistados (21%) também relatou existirem poucas opções de médicos, hospitais e laboratórios (21%) disponíveis para o atendimento de suas necessidades.
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Outros 14% contam que tiveram que buscar a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da negação de cobertura ou restrição de atendimento do plano de saúde contratado.
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Com relação ao atendimento médico, a principal queixa dos entrevistados consiste na dificuldade de marcar consulta (19%) e no descredenciamento do profissional médico procurado (18%).
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O excesso de burocracia foi outro ponto de reclamação dos usuários: 13% vivenciaram demora para autorização de exames ou liberação de guias, inclusive de internação, e 12% tiveram negativa de cobertura de procedimento ou exame.