Dados gerais sobre o setor
- O Brasil atingirá em 2013 a marca de 400 mil médicos em atividade, registrados no Conselho Federal de Medicina.
- Mais de 170 mil médicos atuam exclusivamente na saúde suplementar, atendendo usuários de planos e de seguros de saúde.
- 48,7 milhões (25% da população) é o número de usuários de planos de assistência médica no Brasil. O dado é de setembro de 2012.
- Em média, o número de beneficiários de planos de saúde aumenta 4% a cada ano. Em um ano, de setembro de 2011 a setembro de 2012, quase 1,4 milhão de brasileiros passaram a ter plano de saúde – aumento de 2,9%.
- 77% dos usuários de planos de assistência médica estão em planos coletivos (mais de 37 milhões de pessoas). O restante tem plano individual ou familiar.
- Em 2012, segundo o mapa assistencial da ANS, os médicos realizaram e acompanharam, por meio dos planos de saúde:
582,5 milhões de exames complementares
244 milhões de consultas
112 milhões de outros atendimentos ambulatoriais
50,7 milhões sessões de terapia
7,4 milhões de internações
- Os médicos atendem, em média, em seus consultórios, oito planos ou seguros saúde.
- Cada usuário de plano de saúde vai ao médico (consulta) em média 5 vezes por ano.
- 80% das consultas, em um mês típico de consultório médico, são realizadas por meio de plano de saúde. As consultas particulares representam, em média, 20% do trabalho médico em consultório.
Dados sobre os reajustes praticados pelas operadoras
- Os índices de inflação – de 2000 a 2012, medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo governo para medição das metas inflacionárias – acumularam 126,75% no período.
- De 2000 a 2012, os reajustes da ANS autorizados para os planos individuais acumularam 170,78%, sem repasse aos honorários médicos. A ANS autorizou em 2012 o maior aumento às operadoras desde 2007, ao fixar em 7,93% o índice de reajuste. Os planos coletivos podem ter reajustes anuais ainda maiores, pois é livre a negociação entre operadoras e empresas ou grupos contratantes.

Dados sobre a saúde financeira das operadoras
- A receita dos planos de saúde cresce, em média, 14% ao ano. Em 2011, as operadoras médico-hospitalares tiveram uma receita de R$ 82,4 bilhões, 12,9% a mais que em 2010.
- Apesar da recorrente má qualidade dos serviços prestados e das sanções impostas pela ANS, as operadoras de planos de saúde bateram o recorde de vendas em 2012. Em apenas um ano – setembro de 2011 a setembro de 2012 –, o salto no faturamento das empresas foi de 14%, passando de R$ 59,2 bilhões para R$ 67,3 bilhões.
- Atualmente existem 1.542 planos em atividade, dos quais 59% são de pequeno porte, com até 20.000 pessoas.
- A sinistralidade (razão entre a despesa assistencial e receita angariada com as mensalidades) alcançou a taxa de 85,8% em setembro de 2012.
Dados sobre a interferência dos planos na autonomia dos médicos
- Estudo da APM/Datafolha, divulgado em agosto de 2012, mostra que 77% dos usuários de planos de saúde no Estado de São Paulo enfrentaram problemas no atendimento, como superlotação e longas esperas nos hospitais.
- Sobre os médicos e prestadores de serviço, a percepção de 66% dos usuários é de que os planos colocam restrições em diversas etapas para realização de exames de maior custo e, para (53%), de que os planos restringem o tempo de internação hospitalar ou UTI.
- 60% dos usuários têm a imagem de que os planos de saúde pagam aos médicos um valor muito baixo por consulta ou procedimento.
Planos são líderes de reclamações
- Embora 25% da população tenha plano de saúde, as redes não acompanharam o crescimento de beneficiários. De acordo com informações da própria ANS, 127 mil leitos de internação (excluídos os chamados Leitos Complementares) estavam disponíveis para na rede privada em setembro de 2012 – quase 17 mil (12%) a menos que os disponíveis em setembro de 2009.
- Dados obtidos pela BBC Brasil com a ANS revelam que, de dezembro de 2002 a setembro de 2012 (última estimativa disponível), o número de reclamações registradas por usuários praticamente quintuplicou, passando de 16.415 para 75.916, um crescimento de 362%.

- De acordo com especialistas consultados pela BBC Brasil, o aumento na quantidade de reclamações, apesar de ter acompanhado a evolução do número de pessoas com acesso a plano de saúde, evidencia, sobretudo, que o setor ainda sofre com falhas, como a falta de fiscalização e a lentidão no julgamento dos processos.
- Em 2012, o setor de planos de saúde foi responsável pelo maior número de queixas, segundo o ranking anual do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
- O principal motivo seria o crescimento dos planos coletivos ou falsos coletivos (oferecidos a pequenos grupos de consumidores).
- As principais queixas dos consumidores ao Idec são: negativa de cobertura; reajuste por faixa etária e anual; e descredenciamento de prestadores de serviço.
- De acordo com o Idec, os problemas se dão, em grande parte, por uma fiscalização ineficiente da ANS e pela falta de investimento das empresas.
Valores dos procedimentos e consultas pagas pelos planos de saúde
- A receita das operadoras médico-hospitalares cresceu 192% entre 2003 e 2011. No mesmo período, o valor médio pago por uma consulta médica, segundo a ANS, cresceu 65%. Há planos que ainda pagam valores abaixo dessa média.