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A comemoração pelos 20 anos do primeiro transplante de medula óssea feito no Instituto Nacional do Câncer (Inca) será marcada por um dia inteiro de palestras e homenagens no Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) do Instituto. Foram convidados médicos, especialistas nacionais e estrangeiros, transplantados e suas famílias, alunos de faculdade de medicina e além dos funcionários do Inca. Em setembro de 2003 o cadastro de doadores voluntários do Inca era de 45 mil pessoas. Esse número subiu para 83 mil doadores em 2004, e a expectativa do diretor-geral do Instituto, João Gomes Temporão, é de que até dezembro 100 mil pessoas tenham se cadastrado. Para atrair cada vez mais doadores o Inca tem buscado a parceria com empresas e instituições como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Marinha do Brasil, além de aumentar o número de leitos para doadores que não são parentes dos pacientes, de cinco para 18 leitos. De acordo com o diretor-geral do Inca, 50% dos pacientes não encontram doadores entre os parentes e precisam encontrar um doador compatível nos Centros de Transplante do país e no exterior. O preço dos exames, avaliação clínica dos doadores, até a coleta do material é de U$ 13 mil se a medula vier de um centro brasileiro ou U$ 31 mil, no caso dos centros internacionais. Só em 2004 o Instituto Nacional do Câncer já gastou R$ 9 milhões na busca de doadores no exterior. Atualmente, o Inca possui uma lista de 916 pessoas à espera do transplante de medula óssea. Desses, 56 já conseguiram um doador compatível e aguardam a cirurgia por falta de leito. Quarenta hospitais em todo o país estão autorizados a fazer o transplante de medula entre parentes, e oito estão capacitados a realizar a cirurgia entre não aparentados – no início do ano do ano eram apenas dois hospitais. De acordo com José Gomes Temporão, o Brasil é o segundo país que realiza o maior número de transplantes em geral, e nos últimos anos tem investido significativamente nos transplantes de medula. O resultado desse investimento, ainda de acordo com o médico, é o sucesso das cirurgias – o Inca já realizou 920 intervenções cirúgicas nas duas últimas décadas – que apresentaram um índice muito baixo de rejeição. Além da medula óssea o Inca faz também coleta sangue do cordão umbilical para ser transplantado. O material, de acordo com o diretor do Instituto, aumenta a possibilidade de se encontrar um doador compatível com o paciente. Em setembro deste ano, o ministério da Saúde criou o “Brasil-Cor”, uma rede brasileira de sangue de cordão umbilical que, além do Inca, conta com a adesão dos hospitais Albert Einstein (SP), Unicamp e da Universidade de São Paulo (USP). No Inca a coleta de sangue do cordão umbilical já é feita desde 2001 em parceria com duas maternidades do Rio, mas a meta é ampliar essas parcerias de modo a manter um estoque de pelo menos 20 mil cordões para serem transplantados. Entre os homenageados pelos 20 anos de transplantes de medula está a dona-de-casa Vera Lúcia de Brito, de 51 anos. Ela foi a primeira pessoa a receber uma medula óssea no Cemo. Em julho de 1984, depois de uma série de exames, Dona Vera descobriu que sofria de anemia plástica, uma doença semelhante à leucemia, quando organismo passa a fabricar uma quantidade pequena de glóbulos vermelhos. A previsão dos médicos era de que D. Vera teria apenas mais seis meses de vida caso não realizasse o transplante. A cirurgia foi feita no dia 31 de outubro de 1984 após vários testes que apontaram uma das irmãs da paciente como doadora compatível. O êxito da cirurgia garantiu à transplantada pelo menos mais 20 anos de vida. Fonte: Agência Brasil – Radiobrás

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