A segunda parte do III Fórum de Geriatria, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no dia 9 de agosto, em Brasília, debateu as contribuições do choosing wisely e da telemedicina para um melhor atendimento das pessoas idosas. A primeira conferência do horário da tarde foi a do preceptor da residência em geriatria da Universidade de Brasília (UNB) Marco Polo Dias Freitas, que falou sobre as recomendações da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) sobre escolhas sensatas para a área.
Choosing wisely é um movimento internacional que questiona o excesso ou utilização exagerada ou inapropriada de recursos na saúde. “Temos de agir de acordo com as necessidades dos nossos pacientes”, explicou Marco Polo. Defensora desse movimento, a SBGG elaborou cinco recomendações que devem ser seguidas pelos geriatras no atendimento aos seus pacientes. Entre as boas práticas defendidas pela SBGG e apresentadas por Marco Polo está a não prescrição de exames de rastreamento de câncer de próstata e de mama para quem tem menos de dez anos de expectativa de vida. Acesse aqui a apresentação.
A conferência seguinte, dada pelo professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná Rubens de Fraga Júnior tratou do tema “Telemedicina e assistência em ILPI”. Inicialmente ele apresentou os resultados de uma pesquisa norte-americana sobre quem é o morador de uma ILPI, “geralmente uma mulher solteira ou viúva, branca, que precisa de assistência para realizar pelo menos três tipos de atividades, tem algum comprometimento auditivo ou visual e sofre de problemas como debates, hipertensão ou demência”.
O atendimento médico nessas instituições é feito por um clínico geral ou médico de família e comunidade, que dedica duas horas semanais à ILPI. “Diante desse quadro, o telemonitoramento permite que haja um acompanhamento amiúde da saúde desses idosos”, defendeu Fraga Júnior. Segundo o professor, uma pesquisa também mostrou que os idosos preferiam a teleconsulta a ter que se deslocar a uma clínica e que o atendimento foi muito eficiente no acompanhamento do pé diabético. Acesse a apresentação aqui.
A última conferência do Fórum foi do coordenador da residência médica em Geriatria da Casa Gerontológica de Aeronáutica Brigadeiro Eduardo Gomes, Daniel Lima Azevedo, que falou sobre a representação das ILPI na literatura. Com relatos dos próprios moradores, ou de seus familiares, as instituições de longa permanência são mostradas como lugares inapropriados para alguém viver. Um dos principais problemas é a falta de empatia dos cuidadores com os pacientes. Acesse a apresentação aqui.
No encerramento do Fórum, o coordenador da Câmara Técnica de Geriatria, Aldemir Soares, defendeu racionalização dos recursos no atendimento aos idosos. “A população está envelhecendo e precisamos acolher essas pessoas, mas não tem como o SUS arcar com as ILPIs. Essa é uma despesa da assistência social. Mas temos e devemos trabalhar em conjunto. E, nesse cenário, o telemonitoramento é um bom instrumento para acompanhar as condições de saúde dos internos”, defendeu.
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