Cerca de 150 conselheiros estão reunidos em Brasília para debaterem os caminhos da saúde e da Medicina no país. O II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina (ENCM) do ano de 2014, que acontece entre os dias 1 e 2 de outubro, abre discussão para temas como a preservação da autonomia profissional diante de políticas públicas recessivas, fiscalização e doenças raras.

 

O presidente do CFM, Carlos Vital, e o bastonário de Portugal, José Manuel da SilvaOs descaminhos da saúde pública no mundo foi o tema central da primeira manhã do encontro e teve como palestrante o bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel da Silva. Ele comparou a visão de saúde do Brasil e de Portugal, mostrando que ambos priorizam o setor apenas no papel. “Embora seja um direito constitucional, estes países falham por não cumprir o que prometem na saúde. Qual a expectativa de um país que não investe na saúde?”, questionou.

Segundo ele, Portugal se transformou em um país exportador de médicos e enfermeiros. “Nossa força de saúde está migrando porque nossa saúde está falida. Cerca de 60% dos jovens residentes portugueses afirmam que já pensaram em migrar, porque o trabalho médico desvalorizado e sem condições para exercício”, conta.

José Manuel ainda defendeu uma visão estratégica ao longo prazo no setor. “Não tenho dúvida de que 10 % de investimento na saúde é uma necessidade em qualquer país. Tem que aprender com a experiência e entender que saúde não é um custo, e sim um investimento”.

Doenças raras e medicamentos órfãos – Além da experiência de Portugal, outro tema debatido durante a manhã do primeiro dia do II ENCM foram os desafios no Brasil para o acolhimento aos portadores de doenças raras. Estima-se que atualmente existam cerca de sete mil doenças raras no mundo e que acometem entre 6% e 8% da população mundial, sendo 13 milhões só no Brasil. São aquelas doenças que afetam um número limitado de pessoas, definido como menos de uma em cada dois mil.

Mesa desafios no Brasil para o acolhimento aos portadores de doenças rarasAntônio Britto, presidente-executivo da Interfarma e um dos expositores sobre o tema, criticou o atual modelo “Desenhamos um sistema que não tem eficiência e nem recursos suficientes para funcionar bem. Hoje se evita registrar novos medicamentos para evitar a posterior pressão para sua incorporação no SUS. O problema não esta mais na doença rara, mas na conta que não fecha”, declarou.

Outra questão relevante foi levantada pela presidente-executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica, Greyce Lousana. De acordo com a especialista, as discussões sobre as doenças raras e o difícil acesso aos medicamentos esbarram hoje em desafios que vão desde o engajamento dos médicos em pesquisas sobre o tema até as “políticas pouco eficientes”.

Também compuseram a mesa de debates sobre o temas a presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica, Lavinia Schuler-Faccini, a presidente da Associação Catarinense de Mucopolissacaridoses e Outras Doenças Raras, Margareth Ferreira Carreirão, e o advogado Marco Aurélio Torronteguy, que expuseram os aspectos éticos, jurídicos e sociais das doenças raras no Brasil e seus impactos no cotidiano portadores.

O II ENCM de 2014 continua na quinta-feira (2), com debates sobre a Preservação da autonomia profissional e as fiscalizações nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Confira a programação abaixo:

 

II ENCM 2014

02.10.2014 – (QUINTA-FEIRA)

9h às 10h            TEMA: Preservação da autonomia profissional diante de políticas públicas recessivas
Conferencista: Dr. Juan José Rodriguez Sendín (Presidente do Conselho Geral de Colégios Oficiais de Médicos da Espanha)
Apresentação: Dr. Roberto Luiz d’ Avila

10h às 12h                    TEMA: Fiscalização nos CRMs
Coordenador:         Dr. Emmanuel Fortes
Secretário:            Dr. João de Lucena Gonçalves (Representante da Confederação Nacional de Saúde)
Expositores:             Dra. Marta Rinaldi Muller (Conselheira Federal – Membro DEFIS/CFM) – Por que construir um sistema uniforme de fiscalização?
Dr. Eurípedes Mendonça (Membro DEFIS/CFM) – A aplicação do sistema integrado, gerando uma base de dados nacional (estatística)
Gleidson Porto (Analista de TI/CFM) – O modelo gerando controle fiscal – possibilidades futuras

 

12h às 14h            TEMA: Apresentação do Relatório de Gestão 2009-2014
Coordenadores:        Dr. Roberto d’Ávila e Dr. José Hiran da Silva Gallo
Secretário:            Dr. Henrique Batista e Silva

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