
O Conselho Federal de Medicina (CFM) está preocupado com a formação humanitária dos médicos e a responsabilidade social. O tema foi destaque do segundo dia do III Fórum Nacional de Ensino Médico, evento promovido pelo CFM nos dias 5 e 6 de julho, em Brasília.
Para ampliar o debate, o conferencista Abram Josek Eksterman enalteceu que terapêutica não é prescrever medicamentos, e sim estabelecer vínculos. “O remédio mais utilizado na medicina é o próprio médico. O ato médico deve ser baseado na singularidade do doente”.
A defesa pelos valores humanos na relação médico-paciente foi destaque do encontro. O secretário-geral do CFM, Henrique Batista e Silva, defendeu uma medicina mais humanizada e plena: “Na idade moderna pensou-se que a razão do conhecimento e da tecnologia seriam suficientes para o progresso e a plena satisfação da pessoa humana”.
Batista questionou qual a ética e os valores da modernidade. “Constata-se que, na sociedade contemporânea há necessidade do respeito à valores do docente consubstanciado no principio da dignidade humana”.
No mesmo sentido a integrante da Câmara Técnica de Terminalidade da Vida, Cláudia Burlá, defendeu uma formação humanitária: “Nosso compromisso não é com a doença e sim com a pessoa que merece toda nossa consideração”, e completou “o tratamento é absolutamente personalizado, pois cada pessoa tem suas características. O que nos obrigada ter a visão do todo e não só de um órgão doente”, declarou.
Para Burlá, através do conhecimento da medicina podemos aliviar a dor, mas o sofrimento transcende a Medicina. “Nós médicos temos a obrigação de cuidar e proteger nossos pacientes e dá-lhes segurança”.