Em iniciativa inédita, o II Encontro dos Conselhos Regionais de Medicina do ano de 2010 trouxe conferências sobre a importância da formação humanitária dos médicos e da prática da medicina. “Deus no céu e o médico na terra. Esta expressão foi muito utilizada no passado, entretanto vemos que o médico tem perdido seu prestígio e seu trabalho humano com os pacientes”, destacou o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila.
Nesta sexta-feira (3), durante a conferência “O médico do século passado e o atual”, o pediatra e professor da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Lisboa, salientou que as escolas médicas priorizam o ensino e a pesquisa e não a responsabilidade social para com a comunidade, o que, segundo ele, impede o médico trabalhar com problemas comportamentais. “É preciso que se integrem no ensino médico disciplinas que melhorariam o comportamento social do médico, como psicologia, antropologia, sociologia, etologia e ética”.
Para o pediatra, as escolas médicas da atualidade ensinam apenas sobre saúde física e não trata da humanização do paciente. “Os médicos estão sendo produzidos em massa por escolas mal qualificadas. Precisamos lutar por uma relação mais humana com o paciente”, concluiu.
Iniciativa – Para ampliar o debate, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira de Academias de Medicina (FBAM) promovem o I Congresso Brasileiro de Humanidades em Medicina. O evento será realizado na sexta-feira (10/09), no Rio de Janeiro.
Durante o congresso, acontecerá a conferência sobre a imanência filosófica da medicina, ministrada pelo presidente da Academia Brasileira de Filosofia, João Ricardo Moderno. Também está previsto o painel sobre a importância das humanidades em medicina, coordenado pelo orador da Academia Nacional de Medicina, Aníbal Gil, e pelo representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), José Santana.
A tarde do evento está reservada para a conferência “Literatura e Medicina” e o painel sobre humanidades em medicina.