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O diretor do hospital, Eduardo Côrtes, explica ser necessários mais 180 profissionais para o hospital cobrir esses leitos, mas a contratação depende do Ministério da Educação (MEC), ao qual a universidade é vinculada. “Não temos gente para abrir. Os leitos estão desperdiçados, enquanto vemos o caos no Rio de Janeiro. A contratação de profissionais permitirá que o HUCFF possa atender melhor à população, inclusive em casos de alta complexidade”.
Para solicitar uma contratação emergencial e oferecer melhor atendimento à população, o 2º secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM), Sidnei Ferreira, acompanhou a diretoria do Hospital Universitário em reunião com o MEC, no dia 19 de outubro. O grupo de médicos foi recebido pela diretoria da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e pelo o chefe de gabinete, Raphael Callou, que garantiu que o atendimento no HUCFF já é ponto de pauta do Ministro Mendonça Filho. Uma nova audiência ficou agendada para que os médicos possam levar suas reivindicações diretamente ao Ministro.
Uma das saídas apresentadas na reunião foi a transferência da gestão do hospital para a Ebserh, opção que, para Côrtes está fora de questão. “A lei fala que a adesão não é obrigatória. Não se pode dizer ‘só dou [recursos] se você entrar para essa tal empresa’. Isso é inaceitável, porque é a necessidade da população, é a necessidade do ensino e a própria necessidade técnica de orientar as decisões no governo. Essa é uma discussão de toda a Universidade, esse não é o momento”, criticou o diretor.
Reforço – Durante a audiência em Brasília, o diretor do CFM, Sidnei Ferreira, lamentou que o hospital tenha leitos disponíveis que não possam ser utilizados por falta de profissionais. Ele reforçou que além de garantir o atendimento da população do RJ, os leitos contribuirão para formação de novos profissionais. “O ensino está prejudicado e ainda piorará. O Hospital tem grande importância na formação de médicos e outros profissionais de saúde, além da pós-graduação. Além do atendimento emergencial da população, essa estrutura proporcionará atender às atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade. Essa é uma questão muito grave e pode condenar à morte ou à sequelas aqueles que não consigam leitos. Essa situação precisa de atenção do Ministério, entretanto é preciso que o ministro nos atenda e não a Ebserh”.
Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), Nelson Nahon, as 22 novas vagas de CTI da UFRJ seriam fundamentais para tentar desafogar a procura. “Esse déficit significa que há pacientes graves que podem ir a óbito porque não têm vaga garantida. É lamentável que o governo federal venha recusando uma contratação que é fundamental”.
Referência no tratamento de doenças de alta complexidade, o HUCFF realiza, por mês, cerca de 20 mil atendimentos ambulatoriais, 450 cirurgias e 700 internações em 42 especialidades médicas. Entre os 23 programas de alta complexidade, a unidade faz transplante de córnea, de rim e de medula óssea.