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Tristeza, solidão e desespero são substantivos que fazem parte de todo portador de câncer, certo? Para cerca de 60 pacientes do Hospital do Câncer de Pernambuco, não. Há 15 anos, a unidade desenvolve um serviço de assistência domiciliar que traz alento e tratamento para pessoas que, do contrário, não teriam perspectiva de melhora. Trata-se do SAD – Serviço de Atendimento Domiciliar – uma forma de atendimento única no Estado que leva a equipe médica para as casas dos pacientes. Leonardo Queiroz, o oncologista que atende no SAD, explica que o trabalho é feito com todos os pacientes atendidos pelo hospital que já fizeram tratamentos e são considerados terminais, ou seja, têm poucas chances de cura. “Geralmente, são pessoas com pouca expectativa de vida e que não precisam ficar internadas”, explica Leonardo. As visitas são compostas por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta e voluntário. Cada paciente costuma receber uma visita por mês do médico e uma por semana do voluntário. A aposentada Josefa Cícera dos Santos, 63 anos, tem câncer de mama e, há dois meses, recebe a vista do SAD na pequena sala de casa, na avenida Norte. “Já recebi duas visitas e é muito bom! Só de saber que não vou ter que ir até o hospital me deixa melhor. Quando ia de táxi, pagava R$ 20,00 de ida e volta e ainda passava um tempão esperando naquele lugar, cheio de gente. Chegava a chorar de tristeza”, conta. O médico diz que apesar de ainda ser raro no Brasil, tratar de doentes terminais nas residências é uma prática comum em países desenvolvidos. “As pessoas acham que o tratamento tem que ser feito no hospital. Mas as unidades estressam ainda mais os doentes. Muitas vezes, eles vêem outros pacientes em situação pior que a deles e acabam se chocando. Isso tudo é evitado quando estão em casa”, conta Leonardo. O médico revela, ainda, que só de medicamentos, cada paciente custa ao hospital uma média de R$ 210,00 por mês. “E todos os remédios, além de caros, não são fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e sim arcados pela unidade”, conta. Dona Josefa, por exemplo, recebe um salário mínimo por mês e está se cadastrando para receber os remédios direto no Hospital do Câncer. “O que seria de mim se não tivesse essa ajuda?”. Voluntários podem adotar pacientes Desde julho, o Hospital do Câncer vem trabalhando para otimizar o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). Leonardo Queiroz revela que a unidade está implantando um novo serviço: toda pessoa que quiser contribuir com o trabalho pode adotar um doente. “A adoção será um forma de melhorarmos ainda mais as condições de atendimento de pessoas que já sofrem com a perspectiva da morte e com o preconceito que invariavelmente as atinge”, conta o médico. Para fazer a adoção, basta entrar em contato com o SAD e escolher um dos pacientes. O voluntário pode acompanhar as visitas da equipe médica e manter contato com o paciente o resto da vida. Caso o adotado venha a falecer, pode-se escolher outro paciente. Este serviço é diferente do que já é desenvolvido pelo hospital por meio das doações de medicamentos, dinheiro e outros materiais que pessoas físicas e jurídicas podem realizar. Nesse caso, as pessoas e entidades que fazem as doações podem se identificar ou se manter no anonimato. A sobrevida de um paciente terminal costuma ser entre seis e oito meses, revela o médico, mas há casos de pessoas que passam dos dois anos. Os casos mais atendidos pelo SAD fazem parte dos tipos de câncer em que a sobrevida é maior, como câncer de colo de útero, mama e pele.A maior parte dos pacientes vêm de regiões carentes e não têm dinheiro para comprar remédios e curativos. SERVIÇO Para adotar um paciente do SAD, basta ligar para o número 3423.2088 e pedir para falar com o SAD ou com Rildete. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com Informações da Folha de Pernambuco.

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