Como sempre acontece nos finais de ano, as atenções no Congresso Nacional voltam-se para a discussão do Orçamento da União para o ano seguinte. Desta vez não é diferente, apesar de temas polêmicos como a prorrogação da CPMF ainda estar tomando espaço na mídia e nos trabalhos parlamentares. Muitos setores em crise, como o hospitalar, aproveitam para exigir mais recursos da União. O setor hospitalar reclama, e com razão, da falta de dinheiro. Em setembro, depois de sete anos sem qualquer reajuste significativo, o Governo editou Medida Provisória liberando R$ 1,7 bilhão para conter a crise da saúde. No entanto, só R$ 800 milhões foram destinados para correção de tabela do SUS – Sistema Único de saúde. Além disso, o reajuste só contemplou 1.200 procedimentos hospitalares de um universo de sete mil. Para tentar um novo reajuste na tabela, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Confederação das Misericórdias do Brasil (CMB) e a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), apelaram ao relator setorial da saúde na Comissão Mista de Orçamento, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG). As três entidades lembraram o deputado mineiro que os hospitais privados, com e sem fins lucrativos, são responsáveis por mais de 60% das internações realizadas pelo Sistema Único de Saúde – SUS, e alertaram para a necessidade de uma satisfatória recomposição dos valores dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares. De acordo com documento entregue ao parlamentar, a recente concessão de reajustes, pelo Ministério da Saúde, não foi suficiente para resolver o grave problema das defasagens, abundantemente comprovadas, entre custo e remuneração dos serviços prestados. Segundo o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde e vice-presidente da CMB, o Governo precisa prosseguir, em 2008, com uma política de recuperação dos preços, mesmo que de forma progressiva. “A crise da saúde é verdadeira e muitos hospitais estão cortando serviços e até fechando as portas para o SUS, por completa falta de recursos”. No documento entregue a Rafael Guerra, as entidades apelaram à compreensão e à sensibilidade do relator para alocar recursos no Orçamento de 2008 para, minimamente, permitir um reajuste médio de 12% nos procedimentos de média e alta complexidade (MAC), sem o que dificilmente se abrandará a crise que persiste no setor. Fonte: Gabinete do deputado Darcísio Perondi
Hospitais exigem nova correção da tabela do SUS
29/11/2007 | 02:00