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Mais da metade dos 2,2 bilhões de crianças do mundo sofre grandes privações devido à pobreza, à guerra e à aids, três problemas que colocam em perigo suas vidas e o futuro de todos, segundo o relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). As estatísticas do Relatório Mundial da Infância, divulgado nesta quinta-feira (09/12), mostram que 640 milhões de meninos e meninas carecem de uma casa adequada; 500 milhões não têm acesso a serviços de saneamento; 400 milhões não dispõem de água potável e 270 milhões não podem recorrer aos serviços de saúde. O Unicef lembra que 140 milhões de crianças nunca foram à escola e 90 milhões sofrem graves privações de alimentos. E também ressalta que 10,6 milhões morreram em 2003 no mundo todo antes de completar cinco anos de idade, e que a maioria dessas mortes poderia ter sido evitada. O documento revela que a pobreza não é exclusiva dos países em desenvolvimento e que a proporção de menores que vivem em lares com baixa renda nos últimos dez anos aumentou em 11 de 15 países industrializados. A pobreza menospreza a capacidade da família de se ocupar dos menores e é um fator que favorece fenômenos tão repudiáveis como o trabalho infantil, no qual estão envolvidas 180 milhões de crianças, ou sua exploração na indústria do sexo, problema que atinge 2 milhões de menores. O relatório analisa como as guerras, a Aids e a pobreza incidem na vida infantil e lembra que 55 dos 59 conflitos armados ocorridos entre 1990 e 2000 foram internos e não entre países. Suas repercussões sobre a infância são dramáticas e, como exemplo, menciona o fato de que mais da metade dos 3,6 milhões de mortos em guerras desde 1990 era criança. Em muitos países, os beligerantes consideram os menores objetivos bélicos e se servem deles como soldados, para abusos sexuais, atos de violência e assassinatos. A violência sexual foi generalizada, por exemplo, nos conflitos de Serra Leoa, Libéria, Sudão e República Democrática do Congo, afirma o estudo, que destaca ainda o perigo representado pelas minas terrestres, que a cada ano matam mais de 15 mil pessoas, das quais uma de cada cinco é uma criança. Milhões de crianças sofreram graves ferimentos ou ficaram incapacitadas, sofreram traumas, fome, doenças ou se viram obrigados a fugir de seus lares por causa da violência, segundo o Unicef. As estatísticas sobre a Aids são igualmente preocupantes, já que atualmente há 15 milhões de crianças órfãs por causa da pandemia, que começa a causar estragos inclusive antes de ser fatal para os pais. Muitas crianças com pais doentes devem abandonar o colégio para sustentar a família. Com isso, correm maiores riscos de serem exploradas ou de desempenharem trabalhos perigosos. O problema é especialmente grave na África subsaariana, onde o HIV/Aids provocou, além de milhões de órfãos, um aumento da mortalidade infantil e graves reduções da expectativa de vida. O Unicef faz recomendações para evitar que a situação se deteriore mais e propõe que todos os países tomem medidas para alcançar os objetivos de desenvolvimento do milênio, estabelecidos há quatro anos por todos os membros da ONU para o ano de 2015. Tais objetivos vão desde reduzir pela metade a pobreza e a fome no mundo até diminuir a mortalidade infantil e materna, conseguir uma educação primária universal, conter o avanço a aids e outras doenças, promover a igualdade entre os sexos, preservar o meio ambiente e promover alianças em favor do desenvolvimento. Entre as recomendações está a de aceitar que a pobreza infantil não pode ser medida apenas em termos de rendas familiares; ampliar serviços sociais e educativos básicos e considerar as crianças primeiro, antes e após um conflito. E também colocar um fim no recrutamento de menores; dedicar fundos a programas para crianças órfãs devido à Aids; dar apoio para prolongar a vida de seus progenitores e reforçar as campanhas de prevenção. Fonte: JB Online – Com informações da Agência EFE

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