O governo prepara medidas de socorro financeiro para as empresas de planos e seguros de saúde, o polêmico setor que reúne 1.797 operadoras e responde pela assistência a 40, 1 milhões de brasileiros. A intenção é criar duas linhas de crédito, ambas com recursos do mercado financeiro, a princípio de duas instituições estatais: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil. Uma das linhas servirá para estimular fusões e aquisições. A outra, empréstimos de curto prazo. De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Fausto Pereira dos Santos, já começaram as conversas com a diretoria do BNDES e está em implantação um grupo de trabalho. Na última sexta-feira (22 de abril), o banco informou desconhecer a proposta. Se aprovada, ela poderá criar um monopólio no mercado, alertou o presidente da Abramge, entidade que reúne os planos de saúde, Arlindo de Almeida. “É uma idéia para estimular um rearranjo do setor, com fusões e aquisições”, explica o diretor de Normas e Habilitação da ANS, Alfredo Cardoso, responsável pelas propostas de socorro. Bancos privados poderão participar, mas nenhum se interessou. A ANS também já apresentou um fundo a ser gerido pelo Banco do Brasil que ofertará R$ 150 milhões às operadoras em três anos, para empréstimos de curto prazo – 60 dias – a uma taxa de juros de 3% a 5% ao ano, mais o CDI, título que é referência de rentabilidade para fundos bancários. Isso significa algo como 21% ao ano. Hoje, ao buscar empréstimo no mercado financeiro, essas operadoras pagam 3% a 5% ao mês, diferença de no mínimo 15 pontos percentuais/ano em relação à proposta do governo. Segundo Santos, a ANS foi uma “facilitadora” da operação. A idéia é viabilizá-la em até 90 dias. O banco não quis comentar. Fonte: Folha de S. Paulo, edição de 24/04/2005
Governo dará apoio financeiro a planos de saúde
26/04/2005 | 03:00