O caos em que se encontra o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) não tem data para terminar. Após uma longa reunião, na sede do Ministério Público, pouca coisa foi definida. Participaram do encontro representantes dos médicos da unidade, secretarias Estadual e Municipal de Saúde, Sindicato dos Médicos de Goiás(Simego) e Conselho Regional de Medicina (Cremego), intermediada pela promotora Ivana Farina, que substituiu o promotor Marcelo Celestino, . Pela primeira vez, desde que os cirurgiões do Hugo entraram em estado de greve, no dia 26 de dezembro, o secretário Estadual de Saúde, Cairo de Freitas, compareceu a uma reunião dos médicos. Ele pontuou algumas soluções para a extensa lista de reivindicações dos profissionais. Segundo o secretário, a pasta não tem verbas para atender todos os pedidos. Quanto ao processo de aquisição de equipamentos, Cairo de Freitas disse que já foram empenhados; alguns foram entregues na semana passada, outros serão entregues na próxima semana e que para alguns falta ainda a liberação da secretaria da Fazenda (Sefaz). A promotora pediu então uma listagem de tudo o que foi apresentado pelo secretário de Saúde. Com relação ao pedido de contratação de pessoal para hospital, o posicionamento da pasta da Saúde foi promover uma recomposição em seu quadro de pessoal, ou seja, um remanejamento, pois de acordo com a secretaria não existe déficit de pessoal e, sim, em determinadas áreas. O diretor da unidade, Luciano Leão, acredita que o remanejamento de pessoal é totalmente possível, desde que bem articulado. Mas ambos reconhecem que em algumas áreas como a radiologia, por exemplo, será preciso contratar. Neste caso, um servidor de outra área será dispensado. Uma comissão englobando um representante dos cirurgiões, a direção do Hugo, que também representará a secretária Estadual de Saúde (SES), o Cremego e Associação dos Hospitais, com o acompanhamento do Simego e da Associação Médica de Goiás (AMG), se reunirá na próxima terça-feira (22/01) para discutir o remanejamento de pessoal sugerido pela SES. Um dos pontos críticos do Hugo, a questão da superlotação, foi tratada como prioridade. Desde a última quinta-feira (10/01), o Hospital Geral de Goiânia (HGG) está disponibilizando cinco leitos por dia para pacientes crônicos oriundos do Hugo. O número total de leitos oferecidos será de 35. Sobre a questão salarial, Cairo de Freitas foi enfático: não há possibilidade alguma de isonomia salarial ou mesmo aumento dos salários dos médicos. Segundo o secretário, o problema dos salários só será discutido com a criação de uma Fundação Estatal de Direito Privado, cuja minuta deve ser encaminhada para a Assembléia Legislativa de Goiás em meados de fevereiro, quando o órgão volta aos trabalhos. Depois de aprovada a lei que regulamentará a criação da fundação, Cairo de Freitas acredita que em três meses ela estará em funcionamento. As vantagens, segundo ele, seriam inúmeras, entre elas a desburocratização dos processos de compras. Para Cairo de Freitas, a Fundação é a única alternativa para a saúde em Goiás e também no Brasil, de modo geral. O tema causou muita polêmica e promete ainda muitas discussões. Para a promotora Ivana Farina, a reunião foi produtiva em determinadas áreas, mas em outras encontrou entraves. De acordo com Ivana, o MP vai verificar tudo o que foi apontado pela SES através das documentações solicitadas, que devem ser enviadas até a próxima segunda-feira à instituição. “Não adianta só anunciar que fez ou está fazendo, é preciso comprovação. Para o MP, o que interessa é o cidadão. Buscamos soluções para que a população tenha acesso à saúde” afirmou. Os médicos que estão em assembléia permanente vão se reunir na próxima-quarta feira, 23 de janeiro, para discutir quais os próximos passos do movimento. O encontro está marcado para às 19h, no auditório do Hugo Fonte: Simego
GO: reunião não resolve impasse
22/01/2008 | 02:00