Médicos suspenderão atendimento em plano de saúde que não implantar nova classificação FERNANDA MEDEIROS Médicos de todo o Nordeste estarão reunidos, na próxima sexta-feira, no Recife, para definir os convênios que terão o atendimento paralisado, caso não aceitem a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que regulamenta todos os cinco mil procedimentos médicos. “Em Maceió, já nos reunimos com o grupo Unidas (ex-Ciefas), que abrange 14 grupos no Estado, e obtivemos a garantia de que a classificação será implantada. Nos reunimos, também, com a Sul América, que ainda não se posicionou. Já a operadora Bradesco não compareceu à reunião. Então, vamos aguardar e, quem não implantar os valores da CBHPM, terá o atendimento suspenso. Não significa que iremos suspender o atendimento por completo, mas vamos ter de cobrar do paciente os valores pela classificação atual”, informou o presidente da Sociedade de Medicina de Alagoas, o médico Cléber Oliveira. Ele explicou que Sul América e Bradesco devem ter o atendimento ao usuário suspenso, com os valores antigos, caso não cheguem a um acordo até 15 de março. “De 15 de fevereiro em diante, a Comissão Estadual de Honorários Médicos deverá encaminhar correspondência às operadoras, informando que não há mais interesse em prestar atendimento com os valores atuais, pois eles estão defasados, já que não temos majoração há nove anos. Além disso, os valores cobrados são considerados um preço vil, para a remuneração dos médicos. Vamos aguardar por 30 dias”, afirmou. Hoje, segundo ele, o Código de Ética do Médico estabelece, em sua resolução 1.673/2003, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que o valor mínimo e ético para a remuneração do trabalho médico seria o estabelecido pela CBHPM. “Portanto, não poderemos trabalhar se não for dentro dessa classificação, pois estaríamos infringindo o Código de Ética”, destacou, acrescentando que todos os planos de saúde serão chamados para conversar, no sentido de viabilizar a implantação da tabela. “Inclusive a Unimed, que já estamos em conversação, pois seus cooperados também têm interesse na nova classificação dos procedimentos médicos”, finalizou. FONTE: GAZETA DE ALAGOAS, MATÉRIA PUBLICADA EM 10/02/2004.