A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) instituiu um comitê que definirá estratégias para intensificar o controle da oncocercose entre os índios Yanomami nos estados de Roraima e Amazonas. O grupo, criado durante a Oficina de Educação em Saúde para Eliminação da Oncocercose, será formado por representantes das organizações que prestam assistência à saúde dos indígenas. A coordenação será feita pela Funasa. A ONCOCERCOSE A oncocercose no Brasil é restrita ao território Yanomami, devido às condições de umidade e temperatura favoráveis à manutenção da doença e pela proximidade dos rios e afluentes. É na água que a larva do mosquito transmissor, Simulium spp, conhecido como borrachudo ou pium, se desenvolve. O inseto é o vetor da oncocerca, verme que transmite a doença. Inquérito parasitológico, por amostragem, realizado pela Funasa entre 1993 e 1996 concluiu que 29% da população local – à época nove mil índios – estava infectada, ou seja, com potencial para desenvolver a doença. Esse percentual é equivalente hoje a 4 mil indígenas, já que a população atual na área é de 12,7 mil índios Yanomami. O paciente infectado recebe tratamento precoce e continuado por até 10 anos, tempo de vida da oncocerca. O tratamento é simples e consiste na ingestão de uma dose de medicamento por semestre, que varia de um a quatro comprimidos, dependendo da evolução da doença. O medicamento garante que a oncocerca, mesmo alojado no organismo da pessoa contaminada, não se reproduza, impedindo desta forma a manifestação da doença. A Funasa consegue tratar 90% das pessoas que vivem na área endêmica, percentual que supera o preconizado pelo Programa de Eliminação da Oncocercose para as Américas (Oepa). De acordo com o programa, a cobertura mínima do medicamento para evitar a transmissão da doença é de 80%. A meta é despertar a consciência dos moradores das áreas de risco para a necessidade do tratamento continuado. Esse procedimento será estendido também àquelas pessoas que vivem em áreas de difícil acesso. As estratégias de educação em saúde permitirão ampliar ainda mais o percentual de cobertura e garantir a continuidade do tratamento até o final, levando a uma futura eliminação da transmissão da doença.
Funasa quer eliminar Transmissão da Oncocercose entre os Yanomami
15/05/2002 | 00:00