O Programa Primeiros Mil Dias de Vida foi um dos destaques do segundo dia de atividades do II Fórum de Médicos de Fronteira, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O tema foi trazido pelo coordenador internacional da Pastoral da Criança, Nelson Arns Neumann.

Ele mostrou estudos que apontam que os cuidados dedicados nos primeiros mil dias de vida da criança [incluindo os 270 da gestação] podem evitar muitas doenças da idade adulta e repercutem em várias esferas do desenvolvimento social e econômico dos indivíduos.

O tema ainda é desafiador no Brasil, em especial na região de fronteira – onde 58% dos 122 municípios que a integram registram uma taxa de mortalidade infantil superior à média nacional (ou seja, estão acima de 12,42 mortes a cada mil nascidos vivos) – segundo pesquisa do CFM divulgada essa semana.

O estudo do CFM também mostrouimportantes déficits de infraestrutura (escassez de estabelecimentos de saúde e de leitos), de atendimentos (queda no número de consultas médicas e internações hospitalares) e de carência de profissionais (baixo percentual de médicos, enfermeiros e odontólogos em atividade nesses locais) nessa parte do País.

“Essas condições deficitárias repercutem não só hoje mas trazem impactos profundos que podem recair sobre essas crianças no futuro”, aponta Neumann, destacando aspectos da Teoria de Barker, que aborda origem fetal das doenças no adulto.

Outros temas como a formação médica e a situação da saúde indígena no Brasil (com foco na farmacopeia tradicional popular, apresentada por Gilberto De Nucci, professor da Unicamp e da USP) também foram debatidos pelos participantes.

O presidente da Confederação Médica Latino-Iberoamericana e do Caribe (Confemel), Florentino de Araújo Cardoso Filho, comentou a realidade da formação do brasileiro na área médica, segundo ele marcada por pressões comerciais que resultam na abertura desenfreada de cursos de medicina e no comprometimento da qualidade de ensino. “As entidades médicas nacionais devem estar fortes e unidas para fazer frente a esse problema”, diz.

No âmbito da cooperação internacional, o conselheiro Jeancarlo Fernandes Cavalcante falou sobre como o Brasil está sendo afetado por movimentos migratórios – como de haitianos e venezuelanos – e quais as perspectivas locais e para o mundo nesse sentido.

Com os obstáculos enfrentados pelo Estado, o trabalho do terceiro setor contribui para respostas mais imediatas aos problemas enfrentados. A opinião é do presidente da ONG Fraternidade Sem Fronteiras, Wagner Moura:

“Com as dificuldades enfrentadas pelos organismos públicos, o terceiro setor tenta amenizar os problemas sociais. Temos que superar os nossos ranços e preconceitos dando as mãos na fraternidade”, defendeu Moura.

O evento, encerrado hoje, aconteceu nos dias 3 e 4 de abril em Campo Grande (MS). Acompanhe os vídeos e palestras em: eventos.cfm.org.br

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