A Federação Médica Sul Brasileira reuniu-se quarta-feira (28/04) em Porto Alegre para discutir a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Os sete sindicatos presentes resolveram encaminhar uma proposta às entidades médicas nacionais para desvincular a discussão dos honorários médicos do pagamento dos demais serviços. Foi decidido também propor encontros com as Unimeds de todo país para a troca de experiência e análise dos custos do SADT. Dr. Paulo Webster, presidente da Unimed Vale do Caí (RS) e um dos expositores, apresentou um estudo feito pela entidade com 28 Unimeds do estado gaúcho, em que se verifica uma redução de 11,97% nos honorários médicos e aumento de 22,45% nos valores pagos aos SADT, caso a CBHPM seja implantada da forma como está. Dr. Antonio Pinheiro, do Conselho Federal de Medicina, explicou detidamente como se deu o processo de elaboração da Classificação e o esforço das entidades em garantir a transparência e participação, inclusive do médico comum. Reconheceu que a Classificação deve ser aperfeiçoada, processo que já está em andamento e enfatizou ainda a diretriz definida no X Encontro Nacional das Entidades Médicas de privilegiar o ato médico na implantação da CBHPM. Mais participação O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), dr. Paulo de Argollo Mendes, criticou a falta de participação dos sindicatos na elaboração e implementação da lista. “Não podemos aceitar a classificação como está, porque tem vício de origem e não representa os interesses da categoria”, frisou. Embora os médicos concordem que a implantação da CBHPM seja um processo irreversível, eles reivindicam a ampliação do debate com os sindicatos. O presidente do Sindicato de Santa Catarina, dr. Ciro Soncini, propôs que as comissões estaduais de implantação da CBHPM se reúnam periodicamente para discutir o assunto. A proposta vai ser encaminhada à Comissão Nacional de Implantação da CBHPM, que funciona na Associação Médica Brasileira. O Dr. Waldir Cardoso, Presidente da Confederação Médica Brasileira afirmou o esforço da entidade em garantir a direção coletiva do movimento através da Comissão de Implantação que é composta por todas as entidades médicas nacionais. Lamentou a ausência de reuniões periódicas da referida Comissão, manifestando preocupação com o impacto negativo da falta de orientação nacional para o êxito do movimento. Informou que o movimento sindical irá realizar ampla reunião de avaliação com todos os sindicalistas que estão participando do movimento de implantação nos estados, em Goiânia, no dia 06 de maio.
Federação Médica Sul Brasileira discute CBHPM
29/04/2004 | 03:00