Representantes dos Conselhos Federal e Regional de Medicina, Ministério Público Federal, Polícia Judiciária Civil e parentes de desaparecidos participaram, nesta terça-feira (31), em Manaus (AM), de um seminário para ampliar as discussões sobre um drama que se multiplica no Brasil: os casos de crianças e adolescentes desaparecidos.
 
A cidade de Manaus foi escolhida pelo grupo não por acaso: o estado é considerado uma importante rota de tráfico humano. Mais de 110 crianças desapareceram este ano no Amazonas. Em dois anos (2016 e 2017) 1.668 menores desapareceram no estado e apenas 35% destes encontrados. Segundo os dados Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente há uma preocupação ainda maior: 80% dos desaparecimentos eram do sexo feminino com números crescentes em períodos de festa. “Percebemos um aumento dos sumiços durante as Olímpiadas e festivais das cidades”, alertou a inspetora Luciana Silva Tribuzy.
 
Caso como da dona de casa, Cristiana Batista da Gama, que há um ano e meio procura pela filha Cinthia, de 13 anos. “Minha filha saiu para buscar o irmão na escola e nunca mais voltou. Não tiveram nenhuma pista e simplesmente encerraram as investigações. É preciso mais esforço das autoridades e se os médicos podem ajudar nesta empreitada estarão ajudando muitas famílias”, relatou Cristiana durante o encontro.  
 
Durante o seminário em Manaus, o secretário-geral do Conselho Federal de Medicina (CFM), Henrique Batista e Silva, chamou atenção para a Recomendação CFM nº 4/2014 que alerta os profissionais sobre procedimentos que auxiliam na busca. “Na consulta o médico pode observar como o menor se comporta com o acompanhante, se tem marcas ou empatia, por exemplo”, ressaltou.
 
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam), José Bernardes Sobrinho, o envolvimento da classe médica neste tema é importante, pois os médicos, principalmente os pediatras, podem ajudar a identificar situações como já fazem hoje quando há casos de abusos e violências contra crianças e adolescentes. “É um problema social e nós médicos não devemos estar alheios”, defendeu Sobrinho.
Problema nacional – De acordo com dados compilados pelo CFM, estima-se que, no mundo, o total de casos de desaparecimento de crianças e adolescentes chega a 25 milhões. “O número de crianças desaparecidas é muito maior do que as pessoas imaginam. No Brasil há uma estimativa de que sumam 50 mil por ano, mas o governo sequer tem esse dado preciso. Por isso é tão importante que os profissionais notifiquem qualquer tipo de alguma situação que possa indicar alguma irregularidade”, ressaltou o integrante da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva.
 
A autarquia tem procurado, de forma isolada, enfrentar o problema criando mecanismos de identificação e políticas públicas. “Precisamos de estratégias para fazer o povo pensar e o Poder Público agir”, defendeu Ricardo, ao afirmar que menos de cinquenta instituições no mundo trabalham para impedir o desaparecimento.
 
Durante sua palestra, a promotora de Justiça e coordenadora do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid) do Ministério Público de São Paulo, Eliana Vendramini, também defendeu ser preciso um olhar mais específico para o desaparecimento. “Sinto que as pessoas não têm parado para observar a pele do outro e entender a dor do desaparecimento que é a maior que possa existir, pois é pautada pela esperança”.
 
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