O dia 21 de novembro constitui-se como marco. No próximo trimestre, os médicos vão colocar em prática uma ação estratégia de deflagrar paralisações relâmpago nos diversos estados brasileiros. Trata-se de um momento de alerta que segue de agora durante três meses. Um calendário com a programação das manifestações estaduais deve ser divulgado pela Comissão Pró-SUS no dia 28 de novembro. A disposição contrária do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não diminuiu a movimentação em diversos estados brasileiros em torno do “Dia Nacional de Protesto”, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em conjunto com entidades locais. De acordo com o conselheiro Geraldo Guedes, que particiopou da entrevista coletiva sobre o tema na manhã desta quarta-feira (21) na sede da AMB em São Paulo, os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Pernambuco estão entre os que já iniciaram as atividades de mobilização. O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás, Salomão Rodrigues Filho, compareceu aos principais jornais e TVs concedendo entrevistas ao vivo sobre a mobilização. Foi produzido ainda um panfleto para ser entregue aos pacientes. De acordo com Rodrigues Filho, a movimentação foi grande nas unidades públicas no Dia Nacional de Protesto. Em Goiás, a proposta é paralisação apenas dos atendimentos eletivos. Em Pernambuco, de acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina, Carlos Vital, houve um café da manhã e concentração na sede do Sindicato dos Médicos, com presença de membros da Associação Médica e conselheiros para coletiva à imprensa. “Saímos em caravana para visitar hospitais emblemáticos do Recife (Hospital da Restauração, Hospital Universitário Oswaldo Cruz e Getúlio Vargas). Houve presença maciça dos médicos e fomos acompanhados pelas redes de televisão. Estamos ainda gravando um programa sobre o movimento, que será veiculado na TV universitária local”, assinalou. Movimentação nos demais Estados No Paraná, o movimento recebeu apoio da Associação Médica local. Em parceria com o Conselho Regional de Medicina, os paranaenses organizaram uma manifestação no Hospital de Clínicas da UFPR. Em Mato Grosso, o Sindicato dos Médicos, o Conselho Regional de Medicina e a Associação Médica manifestaram apoio ao movimento. Sergipe também aderiu ao protesto. De acordo com o conselheiro do CFM representante do Sergipe, Henrique Batista, o dia 21 figura como um marco para estabelecer estratégias coletivas na intenção de se mobilizar a mídia e a sociedade. Os meses seguintes podem culminar com uma paralisação nacional, embora esse desfecho não seja regra. De acordo com o conselheiro Clóvis Constantino, o estado de São Paulo prepara-se para iniciar suas atividades relacionadas à mobilização nos próximos dias.
Estados brasileiros aderem ao Dia Nacional de Protesto
21/11/2007 | 02:00