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Ao longo dos 18 anos de profissão, a pediatra Julister Maia de Morais já presenciou os colegas médicos prestarem assistência aos pacientes e seus acompanhantes que vão muito além de salvar vidas. Em muitos dos casos, ela esteve presente e também se empenhou para que essas pessoas recebessem um atendimento digno e de qualidade. 
  
Dentre as atividades rotineiras dentro do hospital, a médica passou por uma inusitada: foi para a cozinha junto com outros médicos preparar comida para os acompanhantes de pacientes que estavam internados no hospital público em que trabalha. Desde 2014, a empresa responsável pela alimentação de pacientes e acompanhantes dos hospitais regionais do Distrito Federal suspendeu inúmeras vezes às refeições dos acompanhantes, por alegarem não terem recebido do governo o pagamento do serviço.
 
Ao saber que essas pessoas não tinham alimentação, a pediatra juntamente com um grupo de médicos que aos poucos envolveu outros servidores. Em parceria, o grupo conseguiu doações de alimentos e prepararam o café, almoço e jantar dessas pessoas. Todas as refeições num período de mais de uma semana foram servidas por esta equipe de leito em leito para os acompanhantes de pacientes.
 
“Saber que os acompanhantes não estavam recebendo alimentação foi complicado. Em hospital público há pacientes de procedências variadas, que moram no interior, de renda baixa. Como estes acompanhantes iriam sobreviver com fome, e quando se trata de hospital público infantil quem ficaria com seus filhos quando se ausentassem para comprar alimentos? Tudo isso passa na cabeça do médico”, comenta.
 
A médica relata que esse foi um caso mais atual, mas que se recorda de inúmeras histórias como a de uma criança que deu entrada na emergência do hospital em estado grave durante uma queda de energia na unidade de saúde. O gerador não funcionou e as salas ficaram escuras e sem condições de atendimento, mas um colega pediatra não esperou as condições ideais para trabalhar, ligou a luz do seu celular e reanimou o pequeno paciente, salvando a sua vida. “O salvar vida não é só o fato de trazer a vida, de fazer um coração voltar a bater, de andar, de falar… Salvar vidas na medicina é dar ao paciente e sua familiar alegria de viver”, conclui a pediatra.
 
 
Casos cotidianos – Para Julister, além de situações inusitadas, que não faltam, os esforços no dia a dia para manter os atendimentos também têm um papel importante. A médica conta que com a crise no serviço público e a falta de condições dos pacientes, testemunhou colegas comprarem medicamentos e insumos como esparadrapos, gases, máscaras, seringas, agulhas, materiais importantes e essenciais para o atendimento do dia a dia. “Talvez as pessoas questionem que são insumos de baixo custo, mas não se trata de um acontecimento isolado, mas de cenas repetidas várias vezes por anos. Tem médico que paga exames os envia para fora do estado ou do país para ajudar o paciente”, relata.
 
“O profissional médico em seu juramento de Hipócrates, naquele dia de tamanha euforia, muitas vezes esquece o que jurou ou até mesmo não assimila, é festa naquele momento, são seis anos finalizados, mas a profissão o faz praticar de forma involuntária o juramento. Ser médico é só salvar vidas?”, indaga a pediatra. 
 
 
Fonte: CRM-DF
 
 
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