

Inicialmente, a ideia era realizar visitas a hospitais pediátricos para assistir crianças internadas para tratamento, mas com o tempo houve uma atenção especial aos ambulatórios, aos asilos. Também passaram a ser realizadas apresentações em locais públicos, reforçando as atividades de promoção de saúde realizadas por outros programas de extensão.
Os integrantes do grupo participam de oficinas de treinamento com atividades teórico-práticas, com profissionais na arte do palhaço e na arte mágica, para o treinamento das técnicas de apresentação. Durante o treinamento são usadas experiências do Dr. Patch Adams, dos Doutores da Alegria, do Dr. Barthon Kamen (do Robert Wood Jonhson Medical School), do grupo Magic Care e do mágico David Cooperfield (idealizador de Project Magic, que utiliza a arte da mágica na reabilitação de pacientes com distúrbios físicos, psicossociais e do desenvolvimento).
O pediatra, que era aficionado da arte mágica desde criança, aperfeiçoou o seu conhecimento em cursos de extensão, mas sempre realizou suas apresentações em eventos beneficentes, no departamento de pediatria do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte e em escolas públicas ou privadas. “Optei por ser um mágico amador.” O Dr. Carlos Tavares, que também é conhecido como mágico Edu Tavares, explica que a palavra “amador” não é usada de forma pejorativa, como ocorre frequentemente no Brasil. “Como se somente o profissional tivesse a expertise e o amador seria aquele que faz de qualquer jeito, geralmente um trabalho malfeito. Amador, na verdade, é aquele que ama o que pratica”, explica o médico.
Para o professor, é necessário ir além dos esforços para a manutenção da vida. “É extremamente importante recuperar a saúde emocional do paciente, os laços afetivos, a alegria de viver, proporcionando uma melhor qualidade de vida, independentemente do quanto essa possa durar.”
O médico ainda criou um grupo voluntário, denominado Rede Api (Apoio a Perdas Irreparáveis, http://www.redeapi.org.br/), em apoio a pessoas enlutadas por morte de entes queridos. O pediatra e a esposa dele criaram o grupo em 1998, após a morte de uma filha de 18 anos. O objetivo do grupo é realizar reuniões entre pessoas que vivenciam o drama da perda de pessoas que lhes são importantes. “A troca de experiências do cotidiano dessas pessoas, o expressar livremente seus sofrimentos e dores e, principalmente, o escutar esses depoimentos, traçam a linha mestra na busca de conforto, orientação e ajuda de uns aos outros”, explica o professor, autor do livro “Do luto à luta.” Desde que foi criada, a entidade já ajudou 5.000 famílias em várias cidades de Minas Gerais, do Brasil e do exterior.
Fonte: CRM-MG