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A fim de diminuir os casos de escalpelamentos na região Norte do país, a Comissão de Ações Sociais do Conselho Federal de Medicina (CFM) organiza uma campanha publicitária sobre o assunto. Um encontro ocorreu nesta sexta-feira, dia 19 de outubro, na sede do CFM, em Brasília, com representantes da Marinha Brasileira, dos Ministérios da Saúde e da Educação, e da Associação de Vítimas de Escalpelamento.

 

O objetivo é orientar a população ribeirinha a se transportar com segurança. A proposta é trabalhar de forma articulada a fim de prevenir acidentes desta origem, que fez centenas de vítimas nos últimos anos. “Uma campanha que trabalhe de forma permanente e instrua pessoas e barqueiros sobre a importância de se cobrir o motor do barco”, apontou o membro da Comissão, Ricardo Paiva.
 
No Brasil, a perda parcial ou total do couro cabeludo, conhecida como escalpelamento, é mais comum no Amapá, Pará e Amazonas, onde os moradores vivem cercados de rios e dependem de barcos artesanais para se locomover. A tragédia está associada ao eixo que transfere a força do motor à hélice passa pelo meio dessas embarcações, como algumas delas, a engrenagem não é coberta por nenhum tipo de proteção. O escalpelamento acontece quando os cabelos do passageiro se enroscam no eixo, que continua a girar, arrancando o couro cabeludo.

A presidente de associação que ajuda vítimas de escalpelamento, Rosinete Serrão, foi vítima aos 20 anos de idade. Para ela, enquanto não houver leis que criminalize a falta de proteção dos barcos, os acidentes serão recorrentes. “É preciso orientação para a população não aceitar embarcar em transportes assim”, defendeu.

 

Realidade – A cirurgiã plástica e membro da Câmara Técnica de Queimados do CFM, Zeneide Alves de Souza, contou ao grupo que já atendeu, ao longo de 31 anos de trabalho no Amapá, mais de 300 pacientes escalpelados. “As famílias levam o paciente sempre após horas de sangramento e sem nenhum conhecimento do que está acontecendo”. Segundo ela, o melhor meio de erradicar o problema é  educar a população.
 
Segundo o Ministério da Saúde, em 2011, 618 pessoas fizeram a mesma cirurgia no Sistema Único de Saúde (SUS). Número menor do que nos últimos três anos: 919 (2008), 878 (2009) e 797 (2010). Dentre esses casos, a imensa maioria está na região Norte.
 
Para evitar novas histórias de pessoas que sofrem com o escalpelamento, a Marinha, desde 2009, realiza a instalação gratuita dos aparatos de cobertura do eixo e do rotor, como forma de prevenir acidentes. “Mas os barqueiros com medo de represálias fogem das equipes nos rios”, apontou o 1º tenente da Marinha, Marco Antônio, que completou: “muitos sabem do perigo da falta de cobertura da embarcação, mas acreditam que jamais acontecerão acidentes com eles”.

 

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