O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e outras entidades promovem amanhã (2), das 6 as 21h, em Brasília, movimento a favor da Medida Provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas na beira de estradas e pelo projeto de lei que veta a publicidade de bebidas no rádio e na televisão. Batizado de Propaganda sem Bebida, o movimento conta com mais de meio milhão de assinaturas que serão encaminhadas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e ao Ministro da saúde, José Gomes Temporão. Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de pesquisa em álcool e drogas (Uniad) da Universidade federal de São Paulo, explica que metade das mortes no trânsito são ligadas ao álcool. – Por ano morrem quase 40 mil pessoas e cerca de 50% dessas mortes estão relacionadas ao álcool. São praticamente 60 pessoas morrendo por dia, só nas estradas, em decorrência do consumo do álcool. Grande vilão O superintendente do Sindicato nacional da indústria da cerveja, Marcos Mesquita, é contra a lei. Para ele, o problema não está na bebida em si, mas na pessoa que bebe. – Nós não podemos jogar os problemas da gente, seres humanos, no produto. Estudos mostram, inclusive, que o consumo moderado de cerveja traz benefícios a saúde. O problema está no consumo abusivo – reage Mesquita, para quem a propaganda não guarda relação direta com o consumo total de cerveja. – O objetivo da propaganda é o consumo da marca e não do produto. Para Laranjeira, a proibição da propaganda de cerveja nesse horário é o mínimo. – Essa lei é o mínimo que a gente pode esperar de um país que se preocupa com suas crianças. É um estímulo ao consumo precoce e isso não pode ser tolerado – comenta Laranjeira. – A indústria influencia essas mortes relacionadas a bebida porque estimulam a política de ampliação do consumo. Veja site da mobilização. Fonte: Jornal do Brasil, publicado em 01/04/2008.
Entidades reagem ao lobby da cerveja
01/04/2008 | 03:00