CARTA ABERTA AO GOVERNADOR SENHOR GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS: Diante da grave situação em que se encontra a área de saúde em Pernambuco e pelo fato de as entidades médicas já terem feito reiterados pedidos de audiência, sem que os mesmos tenham sido atendidos, vimos, através desta carta aberta, solicitar de Vossa Excelência que preste especial atenção aos fatos que expomos a seguir: 1- DO ACORDO FIRMADO ENTRE ENTIDADES E GOVERNO: Há QUATRO meses o Governo do Estado de Pernambuco celebrou acordo com as entidades médicas que constava de 12 itens, contendo formação de comissões para promover equacionamento e soluções dos graves problemas nos hospitais de emergência da capital e regionais, bem como da questão relacionada a recursos humanos possibilitando a melhoria da qualidade de prestação dos serviços de saúde ao povo de nosso Estado, não tendo sido cumpridos a maioria dos itens do acordo. . 2- DO CAOS NA SAÚDE: A situação dos hospitais regionais, particularmente o Regional do Agreste em Caruaru é paradigma dessa necessidade imperiosa de ação do Estado, haja vista que os quadros de recursos humanos incompletos e da falta de materiais essenciais neste e nos hospitais: HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO, OTÁVIO DE FREITAS, GETÚLIO VARGAS, OSWALDO CRUZ, PROCAPE E AGAMENON MAGALHÃES configuram situação de calamidade. A falta de administração na saúde é comprovada por estarmos há diversos meses em ESTADO DE EMERGÊNCIA na saúde decretado por Vossa Excelência, sem percepção de melhora nos serviços prestados à população. 3-DOS RECURSOS HUMANOS: A insatisfação dos recursos humanos com as condições de trabalho e a promoção de acordos verbais pela Secretaria Estadual de Saúde tem reverberado de forma negativa entre os médicos, não sendo surpresa a eclosão de novos movimentos. Reiteramos a premente necessidade de concurso público para o provimento das escalas de plantões incompletas nos hospitais da rede estadual. 4-DA NECESSIDADE URGENTE DE AÇÕES NA SAÚDE: Reconhecendo os esforços que o Governo de Pernambuco vem efetuando na área de geração de renda e melhoria econômica do Estado, manifestamos que seja possível compatibilizá-la com esforços semelhantes na área social e em especial na da saúde. 5-DA NECESSIDADE DE UM ESTADISTA: A grave situação por que passa a maioria de nossa população nas questões de saúde, educação e segurança pública (as duas últimas com grande repercussão nos indicadores de saúde) exigem que nossos governantes tenham um perfil de estadistas, serenos, aptos ao diálogo, viabilizando a construção conjunta com a sociedade civil e movimentos sociais, para que a governança seja exercida de modo compatível com a responsabilidade devida para com os cidadãos deste Estado. NÃO SERÁ COM A AUSÊNCIA DE DIÁLOGO OU TENTATIVAS DE RETALIAÇÃO, que serão estabelecidas as condições necessárias à resolução dos graves problemas da saúde que não podem prescindir de relação institucional entre Governo e Sociedade Civil. Conclamamos Vossa Excelência para, livre de passionalismo, envidar esforços no sentido de construir um modelo participativo de assistência à saúde compatível com a dignidade humana, anseio não só do Governo, bem como de todos os pernambucanos. Recife, 09 de dezembro de 2007.
SIMEPE – Sindicato dos Médicos de Pernambuco AMEPE – Associação Médica de Pernambuco CREMEPE – Conselho Regional de Medicina de Pernambuco